Eu te amo, ou coisa que o valha
Eu te amo feito vômito.
Eu te amo como casquinhas de pão jogadas aos pombos numa praça qualquer, por velhos aposentados.
Eu te amo feito ânsia, náusea.
Eu te amo como chuva, em dia que se quer muito sair e não tem um belo carro zero.
Eu te amo feito nojo de algo que repugna, igual aquele programa estúpido, aquela gente imbecil.
Eu te amo como amo a sua repetição.
Eu te amo como o gosto amargo de quando se acorda depois de ter tomado um porre.
Eu te amo feito o gosto do café seco com o estômago vazio.
Eu te amo como o que eu mais odeio.
Eu te amo feito amar que não é nada parecido com o que você é.
Eu te amo como o que você diz.
Eu te amo feito cuspir pra cima.
Eu te amo como seu sorriso podre, feito sua cerne.
Eu te amo feito sua carne como a das putas, sempre muito sinceras.
Eu te amo como você é.
Você me faz te amar tanto como eu amo tudo que não me faz ser.
Eu te amo feito tudo o que você não é.
Eu te amo como velhas no bingo da igreja no domingo.
Eu te amo feito o ser mais asqueroso que me encanta.
Eu te amo como amava a sua traição.
Te amo mais que todos os pecados.
Te amo feito Jesus que amou Judas.
Te amo tanto, feito como você me ama.
Eu te amo feito como você faz.
Eu te amo feito como amo grafias e crônicas poéticas.
Eu te amo como você diz eu te amo.
Eu te amo feito o que você parece, agora que me fez enfim vomitar.