HISTÓRIAS DA CAROCHINHA
Quando somos mais moços, não que eu seja muito velho; posso ter pisado na lama mas não vi o dilúvio; nos iludimos com muitas coisas tolas, sonhamos com futilidades e nos apegamos a histórias que nem ao certo sabemos se são verdadeiras (lembram daquela onde diziam que a japonesa tinha a vagina atravessada, que masturbação fazia nascer pêlo na mão, esfregar estrume na cara acelerava o crescimento da barba (kkkkkk), chinelo virado dava azar e outras tantas).
Às vezes fico imaginando de onde teria surgido essas balelas, quem teria inventado essas histórias e, principalmente, o por que.
Tentem visualizar uma japonesa colocando o absorvente numa vagina transversal, as abas teriam que ser coladas uma na cintura da calcinha e outra nas costas...acho eu, apesar de que se formos analisar geometricamente o caso...hã...melhor deixar quieto.
Mas a de crescer pêlo na mão de quem se masturba deve ter sido criada por algum pai ou mãe que pegou seu filho no banheiro olhando as calcinhas da Mônica ou da Magali no gibi (sim porque naquele tempo um playboy era o mesmo que uma Ferrari...só gibi mesmo) e haja imaginação. Eu vivia olhando as minhas mãos...ops...quero dizer...ficava imaginando se poderiam mesmo crescer pêlos, se para apará-los seria como fazer a barba...kkkkkk.
- Joãozinho o que você está fazendo no banheiro menino?
- Fazendo a barba das mãos mãe!
- Boa tarde dona Joana, vai depilar as axilas, a virilha ou as pernas?
- Não, hoje vim depilar as mãos!
Quem será o imbecil que espalhou para a molecada que passar estrume na cara fazia a barba crescer mais rápido? Só pode ser algum barbudo que com ciúmes dos rostos lisinhos dos meninos, para sacanear, inventou esta marmota.
- Mario.
-Oi meu amor.
-Acho você tão lindo mas, poderia trocar de loção, essa que você está usando cheira a cocô de vaca.
Tinha também a da loira no banheiro...enquanto muitos tinham medo, quantos outros não sonharam em encontrá-la...ai, ai( e dá-lhe pêlos nas mãos)...eram histórias que mexiam com a nossa imaginação.
E assim crescemos inventando, ouvindo histórias, acreditando e, o que é pior, testando as receitas lunáticas pois como diz aquele bordão da praça é nossa: ‘’vai que cola!’’
Wilson Silvério