Imagem: Máscara - Carnaval de Veneza
Música: Circus - Barraloria


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O carnaval e o seu significado


 
Conhecemos bem as expressões: “Brasil, o País do carnaval”, “o ano somente começa após o carnaval” e tantas outras. Essa ultima expressão não deixa de ser uma verdade, muitas escolas programam o seu calendário de inicio das aulas para depois do carnaval. Vários períodos de férias coincidem com o carnaval. Um número enorme de brasileiros aproveita o período pré para ser preparar para o carnaval, para outros,  apenas um feriado prolongado. Mas, sem duvida nenhuma, o carnaval é a festa mais empolgante comemorada no Brasil.

Apesar do nosso ufanismo: “Brasil, o País do carnaval”, essa festa, como a maioria dos festejos comemorados no Brasil, é importada. Se perguntarmos o que significa o carnaval a maioria da população brasileira responderá: “um período de três dias que antecede a quaresma”. Quaresma vem do latim quadragésima, ou seja, quarenta dias, muito embora, esse período dure quarenta e sete dias, a Igreja Católica não conta os domingos. Segundo a Igreja Católica a quaresma é um tempo litúrgico de conversão, penitencia e orações que marca a preparação para a Páscoa.

O carnaval tem múltiplas origens e até mesmo a origem do seu nome é controversa, uns acredita que vem de carne valle, ou seja, adeus a carne. Para outros carrus navalis, expressão anterior ao Cristianismo que significa carro naval.

O homem sempre teve necessidade de um frisson coletivo, para viver a fantasia como realidade e a realidade como fantasia. O homem da antiguidade, que de antigo tem somente o nome e o tempo passado, promovia essa festa como um culto para louvar a natureza. No antigo Egito, às margens do Nilo, no período próximo ao equinócio da primavera no hemisfério norte, fazia uma festa à Deusa Ísis e ao touro Apis, com dança e pessoas mascaradas para pedir uma boa colheita. Na Grécia antiga, no mesmo período do ano, fazia uma celebração festiva ao Deus Dionísio regado a vinho, danças e sexo. Na Roma, antes do Cristianismo, promoviam-se os bacanais, saturnais e lupercais em homenagem a Baco, Saturno e Pã, respectivamente. Festejos que se misturavam nobres, escravos e plebeus, no mais autêntico frisson coletivo.

Quando incorporado ao calendário Cristão em 590 dC, foi banido os atos pecaminosos, o que contrariou a tradição dos festejos. Em 1545 no Concílio de Trento o carnaval voltou a ser uma festa popular. Daí em diante, cada cidade passou a organizar os festejos a sua moda. Máscaras, músicas, danças e excessos compunham os instrumentos de fantasia, divertimento e crítica social. Carnaval como de Veneza, Nice, Paris se destacaram aos olhos do mundo entre os séculos XVII e XIX. Embora, tenha chegado ao Brasil pelas mãos dos Portugueses com o nome de entrudo, Paris foi a grande exportadora do Carnaval moderno.

Carnaval, o frisson que faz parte do inconsciente coletivo, encontrou no Brasil uma terra fértil para a sua expansão, aqui “o jeitinho brasileiro”, a criatividade, o espírito gozador e a ginga que ninguém possui, deu ao carnaval um toque bem brasileiro. O que perdemos da origem do carnaval foi o culto e os festejos à natureza, aliás, o que se lembra da natureza no carnaval é que não chova, para não molhar a festa ou estragar o passeio do feriado prolongado.



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