ARLEQUIM
 
Recordar é viver o que se passou, e relembrar boas lembranças, só aquelas que vivenciamos por amor. Amar é viver, se amamos com fervor, nos entregando, revelamo-nos eterno. Que assim seja sempre o amor. Pois recordo alguns dos melhores momentos.  Aquele que fora no ano de dois mil e sete.

Quando fui convidado, juntamente com outros amigos, a participar de um curso e ao término, montar a peça “Arlequim, Servidor de Dois Amos”. Naquela época, tínhamos um professor muito dedicado ao teatro. Seus conhecimentos, todos nós tínhamos o prazer de conceber, tal era a sua explicação. Pois bem, o curso logo nos revelava cada qual com sua a aptidão. E a montagem da peça nos revelava sermos bons profissionais na arte de interpretar.

O que certamente dava orgulho ao nobre professor. Ele, já com uma idade bem avançada, que a de todos nós, e assim de tudo um pouco nos exigia. Porém, como todo aquele que se dedica a ensinar, educar. Num certo dia, quando estávamos ensaiando, ele manda que parássemos aquela marcação, e disse; não estar gostando, porque parecia estarmos perfilados como jogadores da seleção.

Olhei meio cabisbaixo por temer alguma reação mais severa do mesmo. Quando ele disse, este nem preciso dizer com quem se parece; isto comigo. Mas disse eu ser parecido com o Romário, coisa que pronto, respondi que o mesmo, não estaria ali com toda dedicação. Nem mesmo o Maradona se comportaria tal e qual. E assim a brincadeira fluía no vai e vem.  Já com a peça montada, fomos também convidados a participar do primeiro festival de artes cênicas da nossa cidade. Certo que ganhamos de primeira o festival.

Mas como tudo que é bom, dura pouco, esse trabalho nos deixou saudades, e saudade é um bicho que rói tanto que de um momento para o outro deixa o coração em frangalhos e a lamentar o que naquele ano se passou.

E hoje, que saudades todos nós sentimos de você, Altimar Pimentel.