Por que quando cometemos gafes, tem sempre alguém olhando?
Se tem um assunto gostoso de comentar ou escrever é ‘’gafes’’.
Nestes anos todos de viagens pelo Brasil (eu trabalhava com obras), presenciei inúmeras delas e a maioria cometidas pelos meus funcionários, alguns por timidez outros por inexperiências e diversas vezes por minha culpa mesmo pois sempre gostei de aprontar com as pessoas.
Uma vez na Bahia, após o almoço, um funcionário aceitou o café que o garçom tinha oferecido me pedindo que passasse o açúcar e eu lhe dei um pote que continha farinha de mandioca, muito apreciada pelos nordestinos e por mim também.
Ele, meio míope (para não dizer cego), foi colocando farinha, mexendo com a colher, experimentando e fazendo caretas até que o café começou a transbordar, aí olhou para nós e meio sem jeito disse: - Esse açúcar não adoça nada!
Numa outra ocasião estávamos em Queimados- RJ e fomos almoçar no restaurante da Kaiser, um outro funcionário nosso pegou a bandeja e foi colocando o arroz nela quando, já quase completando o serviço, olhou para mim e viu que eu estava depositando o arroz no prato que tinha colocado sobre a bandeja, ele imediatamente percebendo a gafe devolveu o arroz na panela e foi pegar o prato. Depois ao pegar o copo para tomar refrigerante não percebeu que dentro do mesmo vinha um palito de dentes embalado e um saquinho de sal e, somente ao levar a boca é que retira o palito que boiava e após um gole, olha para nós e diz: - O meu refrigerante está salgado!(imaginem quanta risada).
Comigo também acontece estas coisa, um dia num baile, que estava tendo no clube da cidade, eu fui até o balcão, entreguei ficha e pedi uma cerveja; quando o garçom veio me entregar o pedido eu dei um passo para traz e pisei no pé de um rapaz, imediatamente olhei para ele e disse:- Obrigado! E ele sem cerimônias respondeu: - Não há de quê, pode pisar sempre que quiser! Na verdade eu queria era agradecer o garçom e pedir desculpas a ele mas na hora troquei tudo, fazer o que...só rindo mesmo. Eu sou um mau fisionomista e numa ocasião passei mais de uma hora fazendo compras com um vendedor numa loja e, logo que saí, fui a uma lanchonete comer um pastel quando entra uma pessoa e se põe a conversar comigo animadamente e eu, apesar de achar muito parecido com alguém que conhecia, não sabia quem era mas também não queria dar essa impressão e fui conversando para dar tempo ao ‘’tico e teco’’ de se lembrar. Somente ao se despedir ele dizer:’’- Semana que vem teremos novos produtos, passe na loja para ver’’...caracas lembrei que era o vendedor que tinha acabado de me atender...que vergonha). Me senti como o português que entra no elevador e ao dar de cara com o espelho de frente, vira rapidamente e começa a se perguntar de onde conhece aquela pessoa e depois de algum tempo ele exclama:- Ah, claro é do barbeiro!(pode?).
Nomes eu procuro nem citar pois estou sempre trocando e o pior é que quando percebo a gafe já chamei fulano de cicrano umas ‘’trocentas’’ vezes e ainda mandei abraços ao irmão dele (ou dela) que nem existe...ai, ai.
Um dia paramos num restaurante para almoçarmos e nos dirigimos para os sanitários que ficava dentro do recinto, eu na frente e pessoal me seguindo, quando me deparei com um biombo protegendo uma porta não pensei duas vezes e entrei...dei de cara com a cozinha do restaurante...dei uma olhada geral, me virei e saí. O pessoal que tinha ficado na porta esperando a vez estranhou a rapidez e eu disse:- Gente, podemos almoçar tranqüilos, a cozinha é limpinha, agora vamos ao banheiro.
Wilson Silvério