E na alma, a poesia

O verde se espalhando pelos olhos e o ruído da chuva a cantar por todos os cantos. Os pingos molhando o corpo suado e a paz que se encontra ao nosso derredor. São explosões de alegria que se manifestam por todos os lados, como os queixumes do tempo, que só a natureza sabe expressar. Nada que já haja sido dito pelas palavras no coração do homem.

A vida é só felicidade. Uma colheita de bênçãos que as almas aquecem com o seu olhar, no entender dos sentidos, mesmo que detidos em suas limitações, eclodidos pelo canto dos acontecimentos que se expressam e são tão simplesmente, como é simples o amor, do ato à entrega e a transposição do desejo, no ensejo que só a sensibilidade tem.

Inspiro no vento o ar e fico airado, voltado para dentro de mim, composto pela paz e pelo amor que produzo neste exercício delicado, tornado tão poderoso pela força da consciência que impera produzido pela vontade que tenho de alcançar a mais alta nota no esforço de ser a cada instante o melhor, naquilo que produzo e sou a cada momento da vida.

Sou parte da poesia que escrevo e entrevejo na dor a alegria, assim como sinto no amanhecer o raiar de um novo verso, no reverso de ser sempre o mais lírico possível nas rimas que sinto quando versejo em sentimento e pensamento, antes de agir para a posteridade, sempre na certeza de que a minha expressão é parte certa da minha alma que grita.