Um pequeno parque de diversões
Não importa onde; a forma; o seu estado de conservação, mas todo bairro, todo lugarejo, seja na pequena cidade de interior ou em plena megalópole, estará sempre presente em algum local, os deliciosos; empoeirados; cativantes e inesquecíveis parques de diversões. Na vida de muitos, os parquinhos. No cotidiano de todos quando nos tempos das saudosas calças curtas, os campinhos de terra sempre esquecidos pela construção civil, mas, estavam lá. Ambiente de encontro de babás, das empregadas de plantão a policiar entre uma fofoca e outra com as colegas de ambiente os albergados de sua responsabilidade. E a coisa mais fantástica é observar no brilhar dos olhos de uma criança, o ranger do vai e vem dos balanços, com suas cores múltiplas, seus estilos diversos, hora de ferro; hora de madeira, alguns construídos no improviso de pneus, outros muitos agarrados em alguma árvore frondosa, com uma simples base de papelão entranhada junto a uma corda, mas, não importa, é artigo de diversão; de distração; de empolgação dos seus assíduos freqüentadores. A poeira é companheira constante no arrastar de pés, no titubear do balançar. O brilho do local de diversão é diverso. Num canto, gangorras abandonadas por segundos já que seus freqüentadores apenas pulam de saída e a fila em volta na espera já faz habitar seus assentos quadrados, um sobe o outro desce, muitas vezes fica até lá em cima um pouco mais, e assim vai a brincadeira. Olha-se a volta e lá vai escada acima para num terminar de subir já iniciar a disparada do escorrega, que numa caixa de areia já no destino final, encaminha os que ali chegam rumo à fila que não acaba nunca, num lance de embaraço devido sua velocidade, vê-se pés no chão a impulsionar o que cria o rodar de um brinquedo, que alegria, assim vão às coisas, assim vão os dias, e assim iam as amizades feitas num tempo, onde subir em um balanço, descer num escorrega para então rodar naquela que embaralhava as vistas, e que acabávamos terminando depois de descer da gangorra, nos banquinhos a descansar. Pés no chão, cantil na mão, e o rumo de casa. Hora do banho; da refeição; do horário que fosse, até dava para tirar uma soneca, em muitas vezes, era compromisso a escola. Fim de dia, o escurecer da noite, escondia as pertenças da diversão, e não é que de tão gostoso até a natureza com o esvaziar dos parques se fazia presente a molecar seus instrumentos, é só prestar atenção no tal vento moleque, que adora se esbaldar num balanço. Que delicia; que alegria é poder viver a infância. E que alegria maior, é poder deixar as crianças viverem a sua idade, a sua fase. Que os balanços sejam eternos, mas apenas no brincar e no divertir, e não fazer como os banqueiros americanos, que parece que não tiveram infância...
Onofre Junior – Um sonhador