Sobre meus amores...
Tive paixões arrebatadoras, furiosas e gigantes tal qual as ondas do mar revolto, naqueles dias de sol escaldante, do céu de um azul anil, que se escondiam as nuvens, de um calor sem igual, nervos a flor da pele e pensamentos a-fogo-ados. Uma paixão que de tão intensa, forte, tomadora, explosiva e urgente, foi se embora com a subida furiosa e rápida da maré, fazendo os sentimentos correrem afim de não serem afogados, deixando apenas os destroços e o medo de “amar de novo”.
Tive amores calmos, dóceis, entregues, aqueles que mais parecem às águas calmas de um rio longo e lento, com aquela paisagem de entardecer avermelhado ao fundo, flores claras a beirar às margens e árvores frondosas sombreando, árvores de raízes profundas, que espalharam-se na terra e saltaram. Um amor que de tão calmo e “perfeito”, perdeu seu brilho e encanto, mas deixou frutos eternos...
Tive também ilusões amorosas, inconstantes, obstantes, distantes e rompantes. Às vezes se apresentavam como aquelas noites estreladas, onde se viam cometas e se vibrava com o luar que iluminava, naquelas noites fazíamos luais e amor. Em outras, o tempo fechava, as nuvens escondiam as estrelas e o céu era um breu, assim como nossos corações...não havia nem sons e nem amor, somente duvidas sem fim. Um amor que morreu na ilusão do um dia...quem sabe e deixou a dúvida do talvez eterno.
Não tive muitos amores, mas todos que tive foram muito intensos, de cada um tenho uma doce lembrança e tenho também uma amarga cicatriz, seria hipocrisia negar um ou outro. Pelo meu orgulho em vivê-los, deixo nessas linhas registrado, que se tivesse que viver novamente cada um desses amores, eu o faria, sem arrependimento e sem duvida alguma.
Qual deles eu mais amei? Nem eu sei...
By Cris por mim mesma