Esperava as águas de março, quando me dei conta de que abril já chegara.
Dizer que o tempo voa é lugar comum, mas não deixa de ser surpreendente como ele tem o dom de transformar as coisas. Há exatamente algumas horas, eu ria, feliz da vida, quando, então, uma notícia fez com que as esperadas águas viessem através de meus olhos. Num curto espaço de tempo, meu sorriso travou. Em seu lugar, uma interrogação, uma inquietação doída, e essas lágrimas, que, teimosas, não param de cair.
Por breves instantes, certamente numa espécie de fuga, relembro minha infância e vejo a fada-madrinha que habitava minhas fantasias... Logo retorno ao hoje, pois não é mais tempo de "faz-de-conta".
Imagino como seria viver num mundo onde todos tivessem equilíbrio para conduzir a vida, elaborando perdas e ganhos, sem sentir esse vazio que nos toma de forma a não nos permitir sequer espaço para sonhar.
Caminhando pelas ruas, vejo inúmeras bancas nas quais se vendem flores. Tamanho colorido me encanta, de forma que renovo minhas energias através da própria natureza. Lembro, então, de um velho amigo, Gerard, que tinha por hábito, abraçar árvores, dizendo que era uma forma de se energizar, equilibrando corpo e mente.
Quem sabe? Não custa tentar. E ainda é uma terapia gratuita.
Brindemos à Mãe Natureza!