A CABEÇA.

Na Roma antiga

Venerava-se a cabeça.

Os bustos em praças públicas

Materializavam isto.

Até em nossos dias assim o é.

Nos filmes e novelas, dá-se muito destaque

Aos rostos.

A interpretação fica reduzida às expressões facias.

Caras e bocas.

Já no Teatro, onde a expressão corporal e a voz é que fazem a diferença, tem-se a verdadeira dimensão da arte.

Na cabeça mora o perigo.

Pensamos no coração como o centro do sentimento. Não é.

Há uma razão para isto. Ele é quem sente todo o furor da alegria ou a depressão da tristeza. Motor que impulsiona a corrente sangüinea, é o primeiro a sofrer os abalos sentimentais.

Sofre as conseqüências.

Mas, a causa impulsiva está na mente, guardada na cabeça.

Na mente, começa o amor, o desejo, o tesão, a traição, o ódio, a vingança, a usura, enfim todos os pecados capitais.

E se tão importante é a cabeça, melhor dizendo a mente, por que não lhe dar atenção na formação das crianças que são gente em se fazendo.

Por que este projeto de dominação de homem pelo homem, da cabeça mais ilustrada sobre a cabecinha sem instrução?

Distribuir riqueza e renda é só uma aspecto da questão. Ficar somente nisto é bestializar a natureza humana, que ao som dos Titãs, quer algo mais do que comida, quer diversão e arte, quer cultura, quer informação, quer se libertar da opressão sobre a cabeça, sobre a mente.

Mas, o carcereiro não irá atender à esta pretensão.

Então, cada um por si, cada um unido ao seu semelhante, irá lutar para ilustrar a sua cabeça, e não mais perpetuar as gerações seguintes nas amarras destes grilhões modernos da escravidão dos desinformados.

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 21/04/2006
Reeditado em 21/04/2006
Código do texto: T142715