REFLEXÕES DIVERSAS SOBRE A VIDA...
Uma História de Amor...
A História da Humanidade é uma História de Amor, desde a criação até a Redenção em Cristo Ressuscitado.
Temos a presença do Amor de Deus no mundo: Deus, em Cristo, busca o pecador e É para aqueles que nEle confiam o refúgio fiel, seguro, inefável. O Amor de Deus pelas suas criaturas manifesta-se, no Antigo Testamento, como o Deus livrador de todos os perigos; no Novo Testamento, acrescenta-se a isto, o Amor de Deus em Jesus, Filho de Deus, que estava com Deus e, após salvar a Humanidade por amor, retorna para Deus, expresso no vocábulo grego FILIOQUE (da mesma substância de Deus) e ainda por amor, Deus nos envia o Espírito Santo, O Consolador, que procede do Pai e do Filho e estará conosco até os “confins dos séculos” – no mistério incompreensível para nós - da SS. Trindade!
Cristo Redentor cumpre a Lei Judaica, mas acrescenta a ela o perdão, a igualdade de direitos e a necessidade imperiosa de viver uma vida com amor... Tanto que, oferece-se a Si Mesmo para ser imolado e, por Ele, nossos pecados são perdoados, de uma só vez e
para sempre, e isto Cristo o faz por toda a Humanidade, indistintamente de etnia, sexo, posição social-econômica, denominação religiosa, cultura, conhecimento. Doa-se pelos marginalizados, excluídos, desprezados, esquecidos, injustiçados, incultos, Santos ou pecadores, enfim, por toda a Humanidade, tornando-nos irmãos por Seu Amor!
O Poder de Deus como o livrador do mal aos que nEle confiam, continua existindo, pois o Deus que, por amor, fez milagres, hoje ainda os faz, porque “é o mesmo, ontem, hoje e eternamente!” Jesus nos pede apenas: renúncia ao mal, arrependimento, reconciliação, e Fé: “a certeza das coisas que não se vêem” e que devemos crer sem precisar de provas! Esta é a mais bela História de Amor que a Humanidade já viu!...
O AMOR A CRISTO TRAZ A TRANQUILIDADE
Se amarmos realmente a Deus, confiaremos nEle como confiamos, quando crianças, em nossos pais. Com eles nos sentimos seguros, não temos medo e sua palavra e seu carinho nos bastam. Se amarmos a Deus, nosso coração estará tranqüilo, por maior que seja a tempestade e por mais frágil que seja a nossa embarcação. Jesus Cristo está conosco, e Ele pode todas as coisas, podendo nos proporcionar o livramento ou a força para enfrentarmos as angústias e os perigos, e com Ele, mesmo passando pelo sofrimento, não teremos medo e poderemos ainda ficar tranqüilos. Ele (Cristo) é Rei, e nós somos “filhos e filhas do Rei”, “herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo”, que tem todo o poder! Se acreditarmos que “ao nome de Jesus todas as coisas se curvam no céu e na terra”, mesmo no meio do sofrimento poderemos tranquilamente “cantar ao Senhor um cântico novo, cantar louvores ao seu nome”. Ele, Cristo, nos fará ver a bonança, acalmará o vento e o mar encapelado da vida. Cristo não prometeu isentar-nos do sofrimento, mas prometeu que estaria conosco em todos os momentos. E se tivermos de enfrentar “o vento e o mar”, por seu amor, poderemos enfrentá-los tranquilos, porque “o Senhor não desamparará os que o buscam” – e também sabemos que “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus”. O amor de Jesus, por mim e por ti, em meio às lágrimas, ainda tem o poder de nos fazer sorrir e cantar! Louvado sejas, ó Cristo!
O AMOR A CRISTO IMPLICA EM DESAPEGO AOS BENS MATERIAIS
No Salmo 39, vemos a clara idéia do salmista de que somos “forasteiros” aqui, e que a vida neste mundo é efêmera. Entretanto, vivemos em um mundo onde as pessoas são valorizadas pelo “ter” em detrimento do “ser”.
Somos todos irmãos, filhos do mesmo Deus, mortais, e sem o poder de acrescentarmos “um côvado à nossa vida”.
Vê-se, entretanto, homens e mulheres valorizando a beleza física, um bom emprego, um belo carro, uma moradia que demonstre um grande poder econômico, uma forma de vida que demonstre um alto status social – tendo-os como objetivo de sua vida, nem que, para isso, se utilizem de atitudes desonestas e que se consideram, neste caso, “espertas”. Pessoas são exploradas, usadas como coisas descartáveis. Muitos perdem-se no “ter” em busca de uma falsa felicidade, que conduz ao nada.
Os cristãos almejam viver os ensinamentos de Jesus, sabendo que “estamos” neste mundo, mas não “somos” dele: o trabalho, o vestuário, a moradia, o meio de transporte são-nos necessários na jornada terrena, entretanto o objetivo dos que querem seguir a Cristo é uma vida dedicada a Ele e à expansão do seu Reino entre as pessoas.
Os seguidores de Cristo devem imitar seu amor e humildade, “lavando os pés uns dos outros” e sabendo que somos servos, forasteiros e peregrinos a serviço do Rei Jesus.
A Fé pura e sincera é um ato de Amor. Mas, como diz S. João em suas Cartas: “como poderemos amar a Deus, que não vemos, se não amamos nossos irmãos que vemos?” O Poder Infinito de Deus está ao nosso alcance: Ele só nos pede Amor, para que perdoando e sendo perdoados vivamos em Amor, para que “Seu ESPÍRITO habite em nós!...”
A IMPORTÂNCIA DE VIVER O AMOR FRATENO
As Cartas de S. João trazem uma linguagem amorosa aos membros da Igreja nascente, chamando os cristãos de “Filhinhos!” Isto nos faz perceber o quanto o carinho e o amor fraterno são importantes na nossa vida. As primeiras comunidades cristãs viviam o amor fraternal, repartindo o que possuíam e tratando-se como irmãos. São Paulo, em uma de suas cartas, enfatiza a prática do “ósculo santo” (beijo no rosto)como uma demonstração da irmandade pura e sincera que deveria haver entre os cristãos. Judas usou a prática da demonstração do amor que, pelo que se infere era comum, o beijo, para trair seu Mestre. Jesus lhe diz: “Judas, com um beijo trais o Teu Senhor?” Além da traição, a hipocrisia...
Jesus incita também ao carinho fraterno quando diz: “Se vós tratais bem apenas aos vossos amigos, que diferença tereis dos hipócritas? Tratai bem aos que vos perseguem...”
Pelo que se lê a respeito de Jesus, não só nos Evangelhos, mas em historiadores da época, como Flávius Josefus e Públio Lêntulos, Jesus era afável, carinhoso (tanto que gostava das crianças - e recomendou-nos a possuir uma fé pura e inocente como a dos pequeninos), firme e humilde, sendo coerente em suas palavras e ações, jamais se utilizando de palavras dúbias, mas se posicionando com firmeza acerca das Boas Novas a que veio anunciar. E também sem impor Sua Presença, pois “Ele bate à porta do nosso coração...”
A Igreja Anglicana têm como parte de seu “Jeito de Ser” (ETHOS Anglicano) a vivência comunitária: os Reverendos cumprimentam seus fiéis à saída dos Cultos, visitam os doentes, as pessoas tratam-se como uma grande família, as pessoas oram umas pelas outras, conhecendo-se, não ficando com uma relação formal restrita aos domingos. E se perdoam também.
Vamos procurar todos seguir o exemplo de Cristo e dos primeiros cristãos em amor fraternal? Assim, certamente, viveremos em um mundo bem melhor...
“...ATÉ SETENTA VEZES SETE...”
Quando Pedro perguntou a Jesus se deveria perdoar o seu irmão até sete vezes, o Senhor lhe respondeu: “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete.” Esta afirmação significa que devemos perdoar infinitamente. Pedro era corajoso e impetuoso, espontâneo e impulsivo. Na última ceia, prontifica-se a morrer junto com o Mestre; no momento em que Cristo é traído, revoltado, usa a espada (violência) para defender Jesus. Mas Jesus o repreende, pois havia escolhido ser obediente ao Pai, e, por amor, obediente até o fim, para abrir-nos as portas do Reino dos Céus através de seu sofrimento, morte e ressurreição.
Entretanto, ante a prisão do Mestre, Pedro foge, fica atordoado, tem medo. A coragem se dilui ante a violência dos acontecimentos, e por três vezes ele nega conhecer Jesus. O galo canta... O olhar machucado do Mestre encontra o olhar medroso de Pedro, e nele, Pedro não vê condenação: vê perdão...
Arrependido, chora amargamente, reconhecendo-se pecador. Jesus Ressuscitado, além de lhe dar perdão incondicional, com plena confiança nele, pede-lhe, manso e suave: “Apascenta as minhas ovelhas.”
À semelhança de Pedro, nós temos boas intenções, mas muitas vezes falhamos e traímos nosso Mestre. E ficamos tristes, frustrados, amargurados com o peso da culpa; mas, se nos arrependermos de todo o coração, podemos ter certeza que Jesus, o Redentor, nos dará o seu perdão. Cristo, ao perdoar-nos, confia novamente em nós, e, de pecadores, por seu amor, nos transforma em pregadores de seu Evangelho e mensageiros da Paz.
NO AMOR DE CRISTO ESTÁ A FELICIDADE!
O modo de viver dos cristãos, muitas vezes, é motivo de zombaria para os que não crêem, ou apenas “dizem crer”. Os cristãos procuram amar verdadeira e desinteressadamente, procuram praticar o perdão e dedicar-se a Cristo e a imitá-lo em suas vidas. Seguidamente, ouve-se pessoas dizerem: “Por que vais à Igreja no domingo? Aproveita para descansar. Trabalhas toda a semana: pensa em ti!” Frases como estas, quem não as ouviu? Ou ainda: “Fulano não vive dentro da Igreja e tem uma vida muito melhor do que a tua. Se estás na Igreja, por que sofres?”
Irmãos e amigos, estas ironias nada mais são do que tentações para nos desviar do verdadeiro Caminho. “Confia no Senhor e faze o bem (...) Entrega o teu caminho ao Senhor, e o mais Ele fará (...) Ele é a tua fortaleza nos dias da tribulação” – diz o salmista. A felicidade dos cristãos está no amor a Cristo: “Àqueles que trabalham para Deus, basta-lhes a recompensa de havê-lO encontrado.” Nada nos pode separar do amor de Cristo. Ele não nos prometeu uma vida sem dores, tristezas ou dificuldades; o que ele prometeu é que estaria conosco nos momentos de provação, e que jamais receberíamos um fardo maior do que aquele que podemos suportar, pois “tudo podemos nAquele que nos fortalece” – Jesus.
Cristo teve fome, sede, foi tentado, abandonado e traído; perdoou seus algozes e ainda intercedeu por eles ao Pai, dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Na manhã gloriosa da Ressurreição, a morte e o pecado são vencidos. Depois do sofrimento sem revolta, entregando-nos à vontade do Pai, certamente, perdoando e sendo perdoados, receberemos a Coroa da Vida. A felicidade está em seguir os passos de Jesus.