Bato de cara com o muro às vezes para ver novidade e já ficou “démodé”...”

Estado letárgico de visceral comunhão com a porra da natureza e pouco me importa o quão impactante, pode ser, por mim nada me oprimiria, solucionaria ao me distanciar dessa indizível verdade da vida isto posto, aquilo posto, aquilo pode...

Aqui, mas não só a este, falta meia dúzia de sensíveis e um monte de sentinela e repelentes, essa gloriosa incursão mato adentro parece tão proveitosa quanto pular de um precipício, ao menos antes do estatelo encontro ao chão teria o alento da vista, o vento no rosto e as memórias da vida passando feito desenho animado.

Ao que parece somos todos inúteis no meio dessa burocracia. Eu tornei-me burocrata por “vocação própria” atestada com o orgulho de boa parte dos que conheço tendo até a opinião ilibada de um padre, não sabendo eu do que isso acrescenta, mas enfim o testemunho e a opinião de um padre devem valer de alguma coisa afinal ele de certa forma também é um burocrata, e de alto estipe, ele faz o intermédio e cuida da papelada de nada mais nada menos do que Deus, o chefe mais poderoso do universo.

Não que não me surja alguma benesse de vez em quando, o silencio de quando “todos se calam” e do fato de vez ou outra alguma coisa dar certo o é, fora estes há uma porção de momentos vazios onde nada leva há lugar algum.

Quisera não ter sido tomado pelo ceticismo quase absoluto e admirar deslumbrado a utilidade de certas coisas ou atitudes, ao que parecem algumas perderam o sentido e quando se diz “você passa o dia pensando em mim” (até parece) não é em função da glória do outro, mas sim porque não há mesmo nada melhor do que fazer...Prazer não há em fazer.

Correr dos dias ficou comprido, parafraseando erroneamente o poeta, que verdade se aplica à vida se há uma repetição dos dias, chego a que conclusão. Que não se deve viver tanto, pois a cada um é limitado até certa gama de experiências, porque tenho repetido em demasia certas ações ou entrei num redemoinho de mim mesmo subproduto de um inefável destino a que me enclausurei.

Sem conclusões porque não as tenho, esgotam-se as possibilidades e decai a vontade de tê-las, seguir os dias como mais um ou menos um só depende se a coca-cola está ou não no copo.

Lidiane César
Enviado por Lidiane César em 07/02/2009
Reeditado em 07/02/2009
Código do texto: T1426677