Coragem ...Busca interior
Quantas vezes nos calamos por achar que estamos certos ou errados, ou simplesmente para silenciar ou esconder a face verdadeira que revela o medo de encarar a realidade...Mas não adianta fugir do que somos, do que sentimos porque nossa consciência é gritante e esmagadora.Creio que ter coragem é declarar pra si mesmo a liberdade de o seu “eu”,é soltar as emoções; chorar quando sentir vontade, falar o que pensa prudentemente, ouvir o outro, entregar-se a quem ama e cativar este amor...Dizer onde sente dor, despojar-se de mágoas e ressentimentos...Ter coragem de assumir que sem amor não se chega a lugar algum, enfim, não vejo o ato de coragem como escalar uma montanha ou enfrentar bruscamente situações desmedidamente, como saltar da janela de um prédio, por exemplo. A meu ver muitas vezes a coragem é confundida com ato inconseqüente, ou tolice de pessoas que agem intempestivamente. O próprio mestre (Jesus) nos alertou:_ “Coragem, Eu venci o mundo”. Aparentemente, precisamos vencer o mundo que habita em nós, nossos medos mais secretos...Ou simplesmente, buscar forças em nosso íntimo para através do discernimento necessário conquistar a verdadeira coragem; de se encontrar, se auto conhecer e agir sem medo de ser feliz, porque não devemos negar o direito de desenvolvermos esta coragem(com amadurecimento e equilíbrio).É preferível ter ousadia e enfrentar os desafios que a vida proporciona(Mesmo que não tenha sido a melhor escolha) do que esconder a face atrás de murmúrios e lamentações que ecoam aos ouvidos da alma e se refletem nos gestos de covardia, desengano e medos ocultos e escancarados no silêncio das palavras, nas lágrimas incessantes da calada da noite.
Entretanto, cada um deve ser consciente de suas limitações...O que pode parecer corajoso, as vezes é apenas insensatez e o que aparentemente é denominado de medo, pode ser o passo mais inteligente para o alcance do que se deseja.
Por fim, se formos analisar radicalmente, percebemos que a mídia propaga os super-heróis dos desenhos animados(por exemplo), como “os bonzinhos, os corajosos, os vencedores”, quando na realidade sabemos que enquanto seres pensantes e sensíveis, convivemos com um mundo cercado pela diversidade sócio/histórica/cultural e que temos nossas peculiaridades próprias;
Nossos gostos, atitudes e concepção dos fenômenos que nos cercam e que certamente influenciam na tomada de decisão de ficarmos estáticos, patéticos frente a nós mesmos ou de procurarmos no mínimo, a nossa busca interior e apropriar-se da coragem de não passar pela vida sem amar.