DEPOIS DO FIM NÃO EXPLICAM O COMEÇO
DEPOIS DO FIM NÃO EXPLICAM O COMEÇO
Marília L. Paixão
De acordo com Dalila Langoni apenas pessoas mais sãs que ela possuem sapos que lêem jornal e tudo. Neste caso, ainda bem que Dagger não está por aqui. Já pensou se ele descobre que logo aqui em Minas há um grande castelo?! Ele inocentemente iria querer conhecer e isto sem falar no monte de perguntas que ele poderia me fazer. Imagine de onde eu iria arrumar jogo de cintura para tantas mentirosas respostas, sem falar que minha primeira vontade seria a de dizer que não existem castelos em Minas assim como um monte de outras coisas que cada vez mais se tornam coisas comuns próprias da cultura sem vergonha brasileira. Essa cultura deste povo que faz mágica às escondidas. Logo mágica, que é coisa que o povo mesmo cansado voltando do trabalho gosta de parar para ver!
Enquanto isso uma chuva está fazendo um samba em minha calha. Corro e fecho as janelas achando a chuva linda, linda, linda! E olhando essa chuva, para que um castelo?! Olhando essa chuva parece que o mundo inteiro é belo! Deve ser por isso que hoje eu comprei um lírio da paz. Será que a intenção é a de fazer as pazes com todo mundo? Eu que moro neste mundo que está se tornando mais xenófilo por causa do aumento do desemprego. Eu que moro neste mundo que sempre tem uma ou outra desculpa para que o povo desconte seus infortúnios fazendo do próximo um corredor para a sua ira lançar com fortes fogos e até luta de braços, dentes e sangue?
Que mundo é este se enquanto isso se descobre logo ali um castelo? Quer dizer que tem um ou outro realizando sonhos? Eu bem que devia ter feito um castelo lá no Funchal para que a Alanis cantasse do alto da torre e quando ela quisesse balançar os cabelos ela chegasse a janela e a gente pudesse gritar lá debaixo: thank you castelo, thank you India, thank you Canadian girl, thank you Brasil and desillutionment.