Sábado pós chuva
A noite de ontem trouxe chuva intensa,
as ruas estiveram desertas e silenciosas;
na igreja o sino badalava mansamente,
tocado pela ventania trazida das árvores.
O caloroso clarão da manhã desperta-me,
chego à janela e vejo o sol brilhando;
atrai-me a verde beleza da vasta vegetação,
misturada às flores brancas, rosas e amarelas.
Ouço uma harmoniosa cantiga de pássaros,
que encobre o barulho dos veículos nas ruas;
vejo na calçada atletas que seguem correndo,
e incansáveis boêmios reiniciando suas jornadas.
Estou em mais uma bela manhã de sábado,
realçada pelas suaves cores da primavera;
num fundo de quintal ouço crianças tagarelas,
que correm e pulam a brincar com um cãozinho.
Meu olfato distingue um esfomeante aroma,
talvez de delicioso frango com quiabo e angu;
vindo pela fumaça que saia de uma chaminé,
aquela essência assanha demais minha fome.
Sei que não posso voar como aquelas borboletas,
que voam e revoam, sugando o néctar das flores;
sábado, ensolarado, promissor, fazer mais o quê,
Serra do Cipó, aguarde-me: cachoeiras, cá estou.