A VOZ DE ALANIS E AS TESTEMUNHAS DE...

A VOZ DE ALANIS E AS TESTEMUNHAS DE...

Marília L. Paixão

Acho que umas mulheres que são testemunhas de Jeová estão com muita raiva de mim. Deve ser por eu estar sempre ocupada demais para abrir o portão para elas. Em um dia destes quando elas me acordaram eu disse que estava ainda de pijama e que ainda iria tomar banho e se elas insistissem em esperar eu até poderia dar as caras. Uma delas fez um barulhão no portão e a outra se desculpou dizendo que tinha batido a sombrinha sem querer. Sei não! Acho que nunca vou abrir a porta para elas, pois se antes faltava vontade agora dá até medo. E se no lugar da sombrinha for uma arma qualquer? Quando ladies religiosas nos amedrontam é melhor ficar longe delas. Mas foi assim que eu aprendi que essas testemunhas não são flor que se cheire e que Deus me perdoe se eu estiver errada. Com meus cordiais respeito a todos os crentes eu estou apenas falando das que batem no portão da minha casa.

Vamos falar agora do show da Alanis Morissette. Ela estava toda linda e pena que eu via a linda moça só um pouquinho. De pouquinho em pouquinho era que eu a via. Nunca dava para apreciar o cartão postal do palco todo. Tinham umas tantas cabeças na minha frente e o jeito foi ficar curtindo as músicas e a aparição belíssima dela quando um ou outro movia o corpo. Possa contar às vezes que eu cheguei a vê-la de corpo todo. Isso que era um tormento! Você lá perto da sua estrela favorita sem nem poder olhar direito. Graças a Deus a voz eu ouvia muito bem e o canto soava maravilhoso assim como o do público todo feliz e emocionado. Só não dava para ficar com raiva por que eu me sentia no meio de uma multidão de gente inteligente e de bom gosto e todo mundo cantava e cantava e cantava e aplaudia. Eu fazia a mesma coisa enquanto via a cabeça dela e ás vezes cabeça e ombro e raras vezes o conjunto todo. E quando ela abaixava e rodopiava balançando a linda cabeleira eu nada via, mas adorava e entrava no clima de quem via, pois a emoção que acometia a todos era contagiante e como a voz dela era presente o tempo todo eu não tinha como não estar feliz. E eu me dizia: mais vale eu aqui pertinho vendo só um pouquinho do que eu lá longe sem nada ver.

Mas o sonho acabou depois de duas horas de show. E na minha cabeça ela ainda não podia ir embora por que não tinha cantado a música: OFFER, que tinha sido parte da trilha sonora da novela CELEBRIDADES. Também se eu fosse olhar os meus quereres ela nunca teria parado de cantar. Ia querer que ela cantasse todos os CDs que eu tinha e até o que foi roubado junto com o som do meu carro.

Este show foi bem feito para eu aprender que se eu quiser ver uma estrela de forma tranqüila tem que ser bem sentada e se precisar passar duzentas horas numa fila que eu passe. Pois não é confiável comprar pela internet onde os melhores ingressos esgotam depressa demais. Fui dar bobeira e fui parar na pista atrás de um cabeçudo. Sei. Meu texto está ficando repetitivo. Vou tomar um café que para ver se minha mente melhora. Mas é que eu fiz as unhas agora e está difícil de catar letras e isto deve ter contaminado meu cérebro.

Mas quem será que está batendo no meu portão agora? Se forem as testemunhas vocês vão querer atender? Eu prefiro fingir que não ouvi e continuar falando da Alanis... Afinal, you live, you learn. (você vive, você aprende). Falei que assim que eu cheguei lá eu comprei uma camiseta linda com o rosto dela duas vezes? Depois eu vi uma camiseta que tinha ela linda com o rosto quatro vezes. Então eu pensei: quantas vezes vou enfiar a mão no bolso por causa dessa mulher? Mas tudo bem! Fã deve ser tudo igual. Eu sou apenas uma e nunca pensei em tatuá-la em mim. Mas em minha alma ela tatuada está faz tempo e ninguém tira.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 05/02/2009
Código do texto: T1423606
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