Manias ou paranoia?

Quem não tem as suas? Manias, superstições, imitação de gestos do pai ou da mãe...

Algumas começam lá nos tempos de criança, outras vão aparecendo no decorrer da vida. Dizem que quanto mais velhos ficamos, mais manias acumulamos. Será verdade?

Confesso que nunca parei para pensar nas minhas. Pela primeira vez vou tentar enumerá-las. É que um amigo escreveu uma crônica sobre “esquisitices” – dos famosos, de modo geral e das dele, em particular, e como lhe mandei um comentário, ele perguntou quais eram as minhas...

Percebo que elas – as manias – não são necessariamente as mesmas durante toda a vida. Mudam, conforme a idade e circunstâncias. Durante algum período temos algumas, que vamos deixando de lado, enquanto outras tomam lugar e se intensificam.

Elas podem começar por uma questão de lógica, na arrumação das coisas, por exemplo. Depois se misturam com superstições, e mesmo que não sejam daquelas generalizadas, tornam-se “nossas” crendices.

Vamos lá:

1)ao tirar os sapatos, não consigo deixar um pé virado ou separado. Os dois têm que ficar juntinhos, com a sola no chão. Se não for assim, penso que dá azar...

2)Não consigo dormir com alguma porta do guarda-roupa aberta. Já cheguei a levantar da cama para fechar.

3)No guarda-roupa, o gancho dos cabides tem que ficar voltado para dentro. E as roupas, todas com a frente para a esquerda.

4)Ando sempre com relógio e pulseiras nos braços. Ao chegar em casa, porém, a primeira coisa que faço é tirá-los.

5)Na passagem do ano, sempre uso uma peça de roupa nova e outra velha.

6)Não tomo leite fervido. Ao esquentá-lo, se passar do ponto, jogo fora.

7)Ponho a louça no escorredor em ordem crescente: pires, pratos de sobremesa e depois os maiores. E os talheres ficam separados: facas, garfos, colheres e colherinhas.

8)Não gosto de dormir sobre uma fronha que não combine com a roupa da cama. Sei que ao apagar a luz e fechar os olhos não verei nada, enfim...

9)Não consigo dormir com o lençol preso dos lados. Nem solto nos pés.

10)Durmo com dois travesseiros.

11)Faço lista de compras. Ponho no bolso. Lá no supermercado, nem olho para ela.

12)Gosto de café-com-leite, mas sem café – só com nescafé.

13)Sempre gostei de estudar escrevendo. Nos tempos de escola, não sabia fazer como minhas colegas: andar de um lado para outro, lendo em voz alta.

14)Se ouvir falar de algo ruim – que não quero pra mim, nem pra ninguém – bato três vezes na madeira.

15)Nunca deixo sobre a mesa a tampa do pote de margarina, nem a tampinha do vidro de requeijão ou geleia.

16)Gosto de guardar as coisas sempre nos mesmos lugares. Principalmente minha bolsa e as chaves.

17)Enrolo e guardo fitinhas do embrulho de presentes. Antigamente, eu guardava também o papel, que meses depois ia para o lixo... (agora vai logo para a reciclagem).

Em compensação, não me importo de entrar numa casa por uma porta e sair pela outra. Nunca pus vassouras atrás de portas.Mas já esparramei sal grosso em volta da minha casa.

Não tenho nada contra o número treze. Aliás, ele me dá sorte. Nasci num treze de abril, faz tempo...