As frias chamas do inferno

As frias chamas do inferno

Bosco Vieira/95 - Jamaru

Estive no inferno, mas minha alma gelou,

A tristeza que se abateu sobre minha vida

Foi tão grande que deixei de viver por algumas horas.

Não estava morto, mas vivo também não.

Estava entre o purgatório e o inferno, em desespero.

Clamei a Deus com todas as forças que me restavam.

Tanto clamei que fui do inferno salvo,

Mas me vi num purgatório

Onde minhas carnes ardem em fogo brando.

Cozinhando minha alma em “banho Maria”.

Como tudo aconteceu, não sei...

Lembro que uma força estranha

Conduzindo-me ao seu bel prazer...

Cheguei num estranho local

Naquele momento...

Ouviu-se um grande grito.... Aterrorizante...

Assustado tentei acordar... Tudo em vão.

Escorreguei num abismo profundo...

Era o início do pesadelo.

Vi-me diante de terríveis labaredas.

Naquelas terríveis chamas senti minha alma congelar...

Entre gritos e choros sussurrantes

Escutava rangido de dentes

Como se quisessem me devorar...

Olhares de fleches reluzentes

Destruindo minha alma...

Aquelas labaredas terríveis

Fizeram minha alma congelar...

Só tinha uma esperança

Clamar desesperadamente para DEUS

Minha boca travada

Nada conseguia balbuciar...

Mas o coração ainda palpitava...

Silenciosamente do fundo do meu coração

O clamor silenciosamente começou brotar

Como uma semente que regada pelo orvalho

Na calada da noite suas folhinhas começam desabrochar...

O socorro logo veio

Mas o castigo foi terrível...

Compreensível, considerando tamanho pecado.

Desde então vivo a amargar

Um purgatório como contrapartida

Sempre a me cozinhar...

Salve-me! Salve-me! Salve-me!...”

Só você pode me salvar...

JAMARU
Enviado por JAMARU em 03/02/2009
Código do texto: T1420609
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