DE BELEM A DAVÔS
DE BELEM A DAVOS
Só em Belem reuniram-se mais de 100 mil pessoas, espera ai, eram índios e não pessoas. Quem disse que índios não são pessoas. Historicamente não são, recordemos o tratamento que eles tiveram das ditas pessoas civilizadas, os intrépidos colonizadores que sempre escudados pela cruz, oravam sobre eles os seus buquamarques.
Para morrer ali defendendo a sagrada terra que os alimentava como foram surgidas e ambos comungavam um só objetivo a liberdade sem nenhuma restrição.
Era bumba aqui, era bumba ali e era bumba acolá.
Os Maias, os Incas, os Guaranis, os Caetés, os Xavantes, os Sioux, os Moicanos e outras nações que agora não me lembro não eram pessoas, eram índios e assim está escrito na história.
Ao proteger os seus domínios protegiam inconscientemente o planeta. Simplória filosofia que eles nunca nem ouviram falar.
Já em Davos, na Suíça, as pessoas bem vestidas, bem falantes reuni-se para discutir o futuro do mundo. Daquele mesmo mundo que os índios vivem defendendo. Sobraram alguns de teimosia, não só para nos lembrar que eles estavam no caminho certo.
Antes que a hecatombe chega só nos resta repetir a fabula da formiga e a cigarra e cantar. Como o grupo de Belém está na terra dela, vamos começar pelo refrão:
- Júlia, Ana Júlia, Ana Júlia, Ana Júlia...
Goiânia, 03 de fevereiro de 2009.