PODERIA SER AMOR!!!

Durmam, durmam em paz! Diriam alguns. No entanto, o que poderia ser uma noite comum, passara por estágios definidos. Primeiro, depois de uma longa conversa no msn, decidi fazer minha "nobre janta". Nobre? Janta!? Há há há! Quem dera! Isto você vai ver apenas nos grandes palácios. Ou, no mínimo, nas casas dos pequenos burgueses, que assim gostam de ser tratados, ou não. Lá pode encontrar um belo guizado de carne ao molho com batatas e algumas seletas da preferência da Senhora Matriarca da casa. Lá no fogão, ninguém. Digo, ninguém, nem mesmo o esposo dará opniões. É ela só e suas panelas, que, aliás, algumas são até de vidro, coisas da indústria moderna e do orgulho medíocre de algumas senhoras, que talvez, não tenham nem o que comer direito.

Ela, com toda sua sensatez, não quer que se pronunciem coisas estúpidas como a que pronunciei há pouco. Ou melhor dizendo, não admite. O certo, na verdade, é que os tempos mudam. Coisas inesperadas, nem imaginadas na decada de setenta, hoje é totalmente habitual e corriqueiro. Se tornou até inútil. As coisas e os hábitos acompanham o tempo. São ali, feito mãe e filho. Inseparáveis. E os homens? Os homens? O que dizer deles? São tão frágeis! Não podem ver uma cachorrinha fazendo "amor", que já ficam a flor da pele. Já não sabem mais nem o que fazer. E não sabendo, tentam seduzir criancinhas. É, criancinhas! E a modernidade ainda deu-lhes um nome criativo! "Pedófilos". O que antes era discaradamente tido como criminoso, covarde... agora é, "pedófilo". Há, mas isso é muito pesado, muito forte! Não podem ser chamados assim. Fere sua auto-estima. E o que dizer dos "jovens homens"? Estes, não são fracos. Apenas consomem drogas. Simplesmente para esquecer. É, esquecer! Esquecer o que nunca souberam. Há, não! Não é para esquecer. Triste falha e des-honra de minha memória! É para serem fortes. É, isso sim, é verdade. Tem muitas garotas na cidade, e bons, não conseguem conquistá-las. Não conseguem nem podem se exibir. Com droga, tudo fica uma droga! Mas não se sente. Sente-se apenas o rei da cocada preta. Mas, isso é ser forte? Antigamente na Grécia e Roma, forte era aquele que lutava contra o inimigo. Quem defendia a Pátria, a Cidade, os seus mais próximos. Esse sim, era forte! Mas hoje? A fortaleza dos "homens" é drogarem-se. Uns, com maconha e cocaína, outros, com cigarros e bebidas alcóolicas. Os mais modestos, com uma arma apontada para a cabeça de pessoas inocentes ameaçando tirar-lhes a vida. Isso não é vencer o inimigo, mas deixar-se vencer por ele! O inimigo que está dentro de si próprio, seus medos, traumas, angústias...

Depois de longa conversa com algumas amigas, que por sinal, são até lindas. Continuei assistindo um filme. Interessante até. "Os Esquecidos"! Parece até coisa de outro mundo! Mas não. Era realidade. Ao menos, na cabeça do escritor e do produtor do filme. Conta como a memória das pessoas foram apagadas por uma cratura estranha, de outro mundo, a ponto de não lembrarem-se nem de seus próprios filhos. Não vou contar o filme todo, mas é interessante vê-lo. É do tipo drama/suspense. Quem gostar!...

É algo bem diferente do que a mídia faz hoje. Mostra a brutalidade da morte do meinino Jão Hélio, e passados dois meses, ninguém sabe o que aconteceu, exceto seus pais que sentem a dor. Mas, é assim mesmo, dizem! Ninguém pode lembrar desses fatos e de outros parecidos constantemente. Afinal, incomoda a polícia e faz-lhe trabalhar e infiltrar-se no meio do tráfico para descobrir os culpados e puní-los. Incomada a justiça, que terá mais um caso para julgar.

Depois do filme, o jornal. Esse, sim. Esse, tem informações. Importantes até. Mostrou até o novo sapato alemão. É! Incrível! Este é inteligente! Cresce junto com o pé da criança! Uma economia e tanto. Num tempo de crise, quem não gostaria de ter um par desses para seu filho? Fenomenal! E o preço?... Enquanto isso, crianças malnutridas estão se "apagando" na Africa, para não ser muito radical, e não dizer também no Brasil. É, digo, se apagando mesmo. Como uma vela que vai queimando seu pavio aos poucos. Mas, a perfeita mediocridade e o cúmulo do egoísmo perguntam: O que temos nós com isso? Não somos o "Governo". Isso é responsabilidade Dele. Apenas trabalhamos, e suamos nossa camisa para termos nosso lazer.

Por fim, passados alguns minutos, prostrei-me diante de um caderno , sobre a mão uma caneta com tinta azul, não sei, se claro ou escuro, pois, não sei também se sou daltônico, ou o sono me fez tal. Pus-me a escrever feito rabiscos, estas coisas. Poderia ter escrito outras coisas do tipo: poesias - o que realmente gosto muito - ou contos, alguma coisa romântica, de amor, que também me identifico. Mas não! Escrevi o que você vê e lê. Coisas "banais", mais reais.

Concluo dizendo:

É assim a vida dos que vivem

ou na vida pretendem viver.

Sonhos e pesadelos se confundem

Com a triste e amarga realidade.

Quem não acredita no que digo,

seja ele, do sítio ou da cidade,

tem direito de expressar seus sentimentos

em favor da relevência desta história.

Só lhe peço uma simples reverência:

nunca deixe apagar sua memória!

Joseiton Nunes
Enviado por Joseiton Nunes em 03/02/2009
Reeditado em 29/05/2010
Código do texto: T1419798