Orkut, 02 de feveiro de 2009.

Querido,

Explico primeiramente que escolhi tal expressão por satisfazer com propriedade o sentimento que alimento por você, meu querido. Peço que não tomes qualquer receio do que pretendo te dizer, coisas tão minhas que resolvi te compartilhar com a mais pura das intenções.

Como não posso ter teus abraços constantes, contento-me com a disciplina de acompanhar tua vida por tua página no Orkut, e saboreio muitas e muitas vezes cada fotografia nova que resolves me mostrar. Gostaria de ter feito comentários sobre a última viagem que realizou, pois já estive duas vezes no mesmo lugar, mas infelizmente não foi em tua companhia. Adoro tuas fotos de quando era bebê, e até organizei em meu computador um álbum virtual com as fotografias de sua infância, que tão logo você queira, terei o imenso prazer de mostrar. Continuo sem entender a razão de tua formatura ter sido apagada da memória, sem uma justificativa sequer. Eram aquelas as únicas fotos que aparecias de terno e gravata, onde estava também uma de minhas favoritas. Fiquei levemente triste por não te ver mais assim.

Tuas comunidades também sofreram uma significativa mudança, imagino eu que assim esteja sendo também em teus hobbies e lazeres. Confesso que fiquei aliviada ao ver a transformação de tuas preferências musicais, que agora já estão bem parecidas com as minhas. Não entendo como não tenho te encontrado pela noite afora!

Na verdade o que mais me afligiu foi a tua inesperada declaração. No início deste ano tirei férias e resolvi viajar um mês pelas praias do Norte do Brasil. Viajamos num grupo de quatro amigas, alugamos um carro e rodamos por tantas estradas que conseguimos alcançar. Não levei meu laptop e fiquei tão distraída que só conectei uma vez durante a viagem, pra verificar minha caixa de e-mail. Quando voltei e retornei à tua página do Orkut fiquei surpresa – e por que não dizer perplexa – ao perceber a nova classificação : commited. Realmente não esperava por tal novidade! Vi que colocara também uma foto do casal, o que muito não me agradou, principalmente por reconhecer sua namorada, que é minha vizinha.

Moro há longos anos no mesmo prédio, o que me possibilita ter vasto conhecimento sobre a vida de algumas pessoas. Ela é uma delas, e eu realmente não acredito que seja a pessoa mais indicada pra te fazer feliz. Portanto, aguardo seu contato para combinarmos um café ou um cinema.

Um grande beijo cheio de saudades!

Ie
Enviado por Ie em 02/02/2009
Reeditado em 10/02/2009
Código do texto: T1418919
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