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SOLIDÃO... IMPOSTA OU CONSENSUAL?




Quando a solidão não  machuca, ela é até doce!

Bastou aventurar-me a postar este pensamento acima para chover de e-mails incisivos e protestantes em minha caixa postal. Pensei e ri: Bem feito! Quem mandou jogar palavras ao vento, volta tempestade!”. Ossos do ofício. O preço é justo.

Será que ninguém entende o que quis dizer neste meu agudo pensar? Vou explicar perguntando:

- Você já ficou sozinho e sentiu uma alegria por estar só?

Tem dias que aprecio a solidão, nem que sejam algumas horas. Nesses momentos ponho o volume do meu aparelho de som lá nas alturas! Os ponteiros ficam vibrando e nem me importo com os decibeis a mais por conta da minha alegria solitária! Ambientalistas hão de me perdoar, pois normalmente respeito não contribuindo com poluição sonora.

Pessoas que vivem rodeadas de companhias, de conversas, de gritos e barulhos até que gostam de ficar quando em vez, um pouco sós.

Há vários tipos de solidão. Aquela em que pessoas ficam sozinhas pela viuvez ou pela saída dos filhos da casa. Seja para casar, estudar, trabalhar em outra cidade ou outro país. É a solidão imposta. De certa forma doída pela rápida ruptura.

Tem aquela solidão desejada. É quando você sai da casa dos pais para sentir e viver a liberdade ou quando se separa e experimenta novamente a vida de solteiro. Para poder fazer o que sempre quis sem a opinião e/ou censura pelos seus atos. Aí, você curte sua solidão. Solidão entre aspas, pois você só mora sozinho; a casa vive cheia de amigos, o telefone não para de tocar convidando-o para mais uma balada. Ainda tem a companhia da computador nas madrugadas de insônia ou quando quer ficar sozninho em casa lendo, escrevendo, navegando pelas ondas da internet.

A vida se torna um eterno final de semana, uma festa! Acontece que, aos poucos, em certas noites quando não surgem convites para sair ou nenhum amigo no celular lembrando que você existe, bate uma tristeza, uma saudade.

Nessa hora o fantasma da solidão assombra e machuca. Olhando para seu pequeno flat, tem a sensação de estar numa enorme cobertura tão grande o vazio que dele se enche. A cama é transforma-se numa avenida, num oceano ou numa ilha onde você se perde e se afoga em melancolia. Nem a internet consegue aplacar a dor daquele imenso buraco negro da solidão. Você chega a sentir saudade daquela "praga" da sua irmã que zoneava seu quarto sem permissão. É! Solidão o deixa carente a ponto de fazê-lo mendigar até os momentos não tão legais!

Agora, o típico solitário é aquele que decide viver só. Mesmo morando com a família, ele se ilha em seu cômodo. Seu quarto é seu mundo. No trabalho, faz questão de se manter distante das conversas informais, de participar de eventos de confraternização. Ele é só o profissional, não o colega de trabalho. Não vai a cinemas, teatros ou lugares onde há convívio social. Adora ler e navegar na internet. É introvertido, recluso, sisudo, beirando à excentricidade. Vive numa redoma. Por que dessa introspecção? Freud explica? Talvez Jung.

O que nós faz solidão? Penso que solidão é um estado de espírito que nos colocamos ou que nos colocam. Se por vontade própria nos colocamos é consensual; se a vida nos leva a isso, é imposição. Solidão não consentida, deve mesmo doer.

Há ainda, a meu ver, uma solidão ainda pior. É aquela em que você está cercado de pessoas e, ainda assim, você se sente só.

Quero certificar aqui de que sou leiga. O que descrevi não tem explicação freudiana, nem junguiana ou de algum psicólogo. São meus pensamentos analisados da convivência na sociedade. É a teoria “djaniriana”...rs

Você sente, curte solidão? Qual o sabor dela, doce ou amarga?