DO MICRO AO MACRO
DO MICRO E DO MACRO
Falo muito em passarinhos aqui no Recanto, pois a minha ligação com a vida é a Natureza. Antes de descobrir este espaço de Literatura eu participava do AMBIENTE BRASIL e da FOLHA DO MEIO AMBIENTE, mas o envolvimento com as matérias expostas, notícias diárias do nosso brasileiro MEIO AMBIENTE sempre foi tão agressivo à minha alma e incapacidade de algo fazer no sentido positivo de preservação do bioma amazônico, que resolvi afastar-me desses sites, pois eu também sou Natureza e está ao meu alcance de cuidar da minha natureza, da minha saúde, da minha vida.
Até certo ponto.
Pois tudo que interfere na parte essencial do espírito nosso, que é a emoção, o entendimento, o conhecimento, a sensibilidade e mais outros fatores que nos constituem como seres humanos, e nos faz ser específica, todo este conjunto de fatores é que faz que sejamos bons ou ruins, saudáveis ou doentes.
Acompanhei os esforços da Ministra Marina Silva em proteger a Amazônia, e ineficientes dadas à incompetência de todo o aparato legal que a acompanhava, e que em verdade não a acompanhava. Desde o Presidente Lula, aos seus ministros, ao IBAMA, ETC, ETC, etc...
Vou parar: é o macro.
O micro que me diz respeito diretamente é a vegetação que cobria o paredão dos fundos do terreno do prédio onde moro, e que completei com alguns cuidados de vegetação na minha varanda, fazendo dela complemento para os passarinhos, morcegos, grilos. E EU.
Tal paredão separa um alto desnível de duas ruas, uma que sobe para Santa Tereza e a rua a nível baixo da Glória. Dito paredão, solidamente construído, dispõe de umas platibandas onde foram plantadas “espirradeiras brancas espaçadamente” para um acabamento decorativo do prédio. Com o passar do tempo, aves e bichinhos que se abrigam ali, vão eles mesmos contribuindo em enriquecer a vegetação com sementes carregadas em suas fezes. De modo que cresce cipós, mato rasteiro que é do sabor dos seus biomas. Belos, por sinal, e dando frescor ao paredão, como beleza disfarçando aquele inóspito concreto. Ali os selinhos e beija-flores fazem seus ninhos, as borboletas se desenvolvem, os morcegos participam bem como pequenos lagartos e, na terra, provavelmente, todo um sistema de bichinhos que dentro dela vivem. O conjunto dá sustento aos animaizinhos, um micro bioma criado por eles mesmos, coisa que O HOMEM não sabe fazer. O ar fica mais fresco, o visual mais bonito e agradável.
Eu plantei uma pequena árvore na minha varanda para eles terem acesso. Distribuí várias jardineiras na periferia com algumas plantas do meu agrado. Mas uma eu só preparei com terra vegetal bem drenada, como um campo de pouso p/ esses bichinhos. E, incrível, o mato cresceu e cobriu esta jardineira com plantas silvestres e até duas delas, delicadas e desconhecidas por mim, dando flores pequeninas, mimosas, lindas, acho até que o encantamento me levou a descrevê-las em algum texto aqui no Recanto.
Estou me contendo para não chorar o tanto que já chorei de impotência contra a ignorância e vileza do HOMEM insensível, ignorante, mau, estúpido, imbecil, desnecessários à VIDA... Esses tais é que deveriam ser arrancados pela raiz e extintos, suprimidos de participar da maravilha da vida.
Estou inconsolável, pois o que sucedeu aqui no meu pequeno canto está acontecendo por todos os cantos, pelas matas, na Amazônia e em todos os RINCÕES DA TERRA.
PORQUE NOS É DADA A VIDA SE SOMOS MEROS ESPECTADORES!