Menos de mim
18/3/08
A quem fazer perguntas sem respostas de mim, pra mim, do que sobrou de mim, do que pra mim mesmo?
- Por que você? (...) Por quê? Confesso que minha vontade agora era de engolir as palavras que tanto param na garganta, mas minhas mentiras não têm muitos dentes e, eu nem tenho como deixar de ser facultativo. Eu nem imagino. (ou finjo não imaginar, finjo ser desentendido). O que fazer? O que? me diga? Por que sempre mais? Ah, não diga nada, sou estúpido demais e tuas palavras já não têm mais efeitos em meu entendimento, tuas injúrias junto com tua eloqüência não mais me acalantam. A lua, as estrelas, uma brisa, me fazem companhia ao meio da incerteza. (ou o que eu acredite que seja incerteza). Ah rosto em que penso antes de dormir, toma conta deste ser de rua, de mãos sujas, mas que é tão teu sem culpa e anseia tanto em lhe dizer o quão és linda minha flor que floresce neste peito vil, neste canil onde vivia, onde não via a luz do dia até lhe ver minha luz sem interruptor, luz que quero que nunca vá embora. Ah, e te sentir com um abraço, com estes braços sem força, mas que me tiraram da forca, ao empurrar o mal de mim, que com tua claridade já não reside mais por aqui. Ah tocar teus lábios com meus lábios a toda hora do dia, que belo sonho seria. Me diz inspiração se soubesses todos os “por quês”, como encheria o meu peito, com tamanho ar complacente, que entorpece minha sanidade mental, da qual constrói esse ser que sou?