Mãe

Mãe... Onde estavas quando o teu seio eu busquei procurando aplacar a fome que dentro de meu pequenino corpo ardia.?

Mãe... Onde está os acalentos descritos em versos e poesias que eu iria desfrutar em tua companhia, em teus braços todos os dias ?

Mãe... Eu não queria vir, mas me disseram lá no céu que eu teria um anjo na terra para me proteger, me guardar e amar; disseram também que sempre que fosse necessário eu devia chamar o meu anjo, minha mãe!

Mãe... Chorei de fome e frio, aprendi a andar no vazio da solidão, tinha amigos fantasmas e era escorraçado como um cão... Eu não te encontrei mãe.

Pelos parques da cidade nos dias de primavera eu queria pegar na mão de outras mães... Achava que elas eram anjos e que podiam me ajudar a encontrar você.

Que nada! Elas corriam de mim levando em seu colo seus filhos abraçados e protegidos, enquanto eu chorava e te procurava.

Um dia eu cresci e desisti de encontrar uma mãe pra me abraçar. Busquei de outras formas o abraço que você não me deu. Comi o pão que o diabo amassou porque você pra mim jamais cozinhou. Onde você está mãe?

Meu tempo chegou ao fim, não ouvi as historinhas da carochinha, não conheci papai Noel, nem o meu nome você não registrou numa folha de papel... Não aprendi a escrever.

Ao longe eu ouço uma canção de ninar que fazem meus olhos fecharem, e eu teimo em querer abrir... Eu não quero partir sem teu rosto conhecer.

A bala que queima em meu peito me dá forças para mais uma vez olhar a minha volta, ouvindo a canção de ninar que vc nunca cantou.... Eu tento mais uma vez enxergar teu rosto e pela ultima vez perguntar: Onde estava você... Mãe!!