O SEU NOME É BOB

Se eu morresse essa noite, ninguém daria a minha falta por vários dias.

Você meu amigo seria o único que ficaria ao meu lado velando meu corpo, e quando alguém chegasse, pressentindo a perda, com certeza não permitiria que se aproximasse.

Estamos juntos há tempo, um cuidando do outro.

Eu te alimento, dou banho, e você aplaca minha solidão com suas brincadeiras, com seu amor, dedicação, estando junto a mim durante todos os momentos que estou em casa.

Você é meu grande companheiro, meu amigo querido.

Quando chego morrendo de saudades, você esta lá a me recepcionar fazendo uma festa, espalhafatoso, mais saudoso do que eu.

Confesso amigo meu egoísmo, não saberia viver mais sem sua companhia, não poderia morrer depois de você, não suportaria sua ausência.

De todos os amigos que tive pela vida, você é de longe o mais fiel. Não me abandona em nenhuma situação, e as vezes quando brigo com você, logo em seguida se aproxima sem rancor, e num ato de humildade e amor lambe minha mão, demonstrando seu carinho e sua fidelidade impossível de ser mensurada.

Desengonçado, sem raça definida apareceu na minha porta, pequenininho, sujo, doente e com sede.

Foi amor a primeira vista, logo se aproximou fazendo uma festa como se nos conhecêssemos há muito tempo, naquele dia você já sabia que seriamos grandes amigos.

Eu relutei a principio, não o queria, mas fui me envolvendo toda vez que me seduzia com seu amor e suas brincadeiras.

Hoje estamos os dois aqui, eu escrevendo essas palavras tentando demonstrar meu amor e gratidão, e você ao meu lado, em uma postura protetora, observando cada gesto que faço com receio que eu me afaste e que nos percamos um do outro.

O que nunca acontecerá amigão, enquanto eu viver.

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 01/02/2009
Reeditado em 02/02/2009
Código do texto: T1417160