EU VIVI
 
 
Sábado, 31 de janeiro de 2009. Em casa. São 1hora 27min.
Vim da sala onde acabei de ler um livro. Triste. Desliguei o ventilador, apaguei as luzes, mas antes catei meus “breguetes” pra me fazerem companhia no meu quarto, para me sentir viva, pois o livro terminado “foi vivido com o personagem”, a batata frita que sobrou do Hobby, a água e o remédio, minha escova, a caneta e minha pulseira egípcia que sinto talismã com ela. Liguei o computador e estou no Word escrevendo. Chamo meus breguetes essas pequenas coisas que me distraem ou fazem companhia, não interessa, constituem amarras momentâneas, seus nomes e companhia só para eu sentir que estou viva, existo, escrevo.
Choveu barbaridade esta noite e, mesmo assim o calor da rua parecia forno de cozinha.
Mas é tão bom estar em casa... Um vírus bravo gripou minha filha com febrão tal, que fui pra lá ajudá-la. Quando se sentiu boa para voltar ao trabalho, voltei pra casa.
Dia seguinte foi minha vez, pegara a gripe viral dela, dores, febre e pressão alta. Telefonei para os filhos, vieram correndo me ajudar. Cuidados, uma tosse horrível e me levaram à emergência. Bem cuidada pelos médicos e filhos, e medicações adequadas, sarei.
Antes de ontem, foi a vez de o meu filho pedir socorro, estava de febrão também, o vírus o pegara. Fui pra lá e o cuidei. Curtimos a alegria dele que comprou um armário envidraçado para guardar seus preciosos livros, vídeos e CDs, um lindo móvel e ele ficou feliz à beça com nova aquisição. Ele é muito caprichoso,
Hoje á noite já nove da noite me pareceu que a febre cedera de vez, e eu: “posso voltar pra casa? acho que você já está bem forte...”
Concordou e me chama de Somam, ou Mãezinha é um nome novo que me arranjou. Sei que ele gosta de ficar sozinho.
Muito engraçado ele ao telefone com a irmã e eu escutando enquanto lia um livro, “a mamãe não me deixou sair de casa...” Mas ele um homão alto e pareço pequena perto dele; e ele falou com um misto de prazer, como um menino. Confiante.
Mas pude voltar segura que está medicado e sem febre, mas assustou.
Peguei um livrinho do Adriano Suassuna “O CASAMENTO SUSPEITOSO” e levei até sua cama, que ele estava meio entregue, desanimadinho, e sugeri “leia, é muito engraçado”. Ele aceitou dizendo “Foi você que me deu...” Eu já me esquecera disso. Mas me lembro lá no Catetinho, uma noite em que eu estava numa depressão que eu mesma não me tolerava, fui em busca de um livro, entre os muitos que lá tenho e pequei este, que não sei porque motivo ainda não lera. Foi um santo remédio. Li de uma tacada só e ri, ri, ri. Quando terminei, a manhã ainda não chegara, e a depressão tinha passado como milagre. Estava em paz, alegre e animada. É um livro delicioso mesmo.
 
O sono já chega, vou me recolher, deixando um BOA NOITE para todos leitores e pessoal do Recanto.