RESPIRE FUNDO.

Estive recentemente na cidade de Curitiba visitando um amigo cujo nome é Quaresma. Saiba que curiosamente êste amigo é Padre de uma Paróquia num bairro na cidade. Nome e profissão muito condizentes e coincidentemente, perfeitos.

Mas, curiosamente, também, foi saber que Curitiba é a cidade brasileira mais arborizada. Realmente as áreas verdes são imensas e inúmeras. A cidade, com isso, apresenta qualidade de vida melhor aos seus habitantes. Soube que a Organização Mundial da Saúde (OMS) determina um índice de 12 m² de arborização por habitante para que a cidade seja considerada no padrão satisfatório. Fui atrás de índices de nossa cidade e fiquei perplexo. Nos dados apontados pelo IBGE de 2004, Pelotas apresentava um índice de 4.06 m² de áreas verdes por habitante, ou seja, um terço do padrão mínimo apontado pela OMS para que seja considerada uma cidade arborizada. Nos últimos anos a cidade tem recebido plantio de novas árvores e durante o ano de 2008 foram plantadas 2.080 mudas, com protetores, na busca de melhor qualificação de nosso sistema de vida. As árvores como responsáveis pela transformação do gás carbônico em oxigênio nos oferece ar mais puro. Respiremos melhor e com muito mais saúde. O custo deste plantio, financiado pelo Banco Mundial, é de cerca de R$ 120,00 por muda plantada incluindo-se todos os materiais e mão de obra. Não é tão pouco para uma cidade que tem seu orçamento espremido por compromissos assumidos nas áreas de educação e saúde que chegam a ocupar mais de 40% dos recursos orçamentários. Mas, cerca de 30% deste plantio é totalmente perdido, tanto por falta de condições climáticas, ou por ser afetado por doenças e mesmo pela falta de irrigação. Isto em condições normais. Além disso, ainda existem os depredadores, que até parece que não respiram, não gostam de sombra no verão e não desfrutam das coisas boas da natureza, e isto representa uma soma inclaculável em percentuais. Basta para tanto passarmos pelo prolongamento da Bento Gonçalves no trecho frontal ao Parque do Trabalhador e verificarmos quantas mudas restam plantadas. Vejam dentro do Parque ainda encontram-se jogadas as proteções das mudas, amassadas, inaproveitáveis que ali foram atiradas por estes delinquentes que se satisfazem prejudicando a comunidade.

Multipliquem o custo de cada plantio pelo número de plantas mortas ou depredadas e vejam o quanto estamos gastando para poucos destruirem e muitos pagarem a conta. Este dado da mortalidade e da depredação teremos em breve pois o Banco Mundial no mês de fevereiro virá fiscalizar o que foi feito e terá a surpresa de verificar porque a nossa cidade ainda não alcançou os padrões de cidade arborizada apresentados pela OMS.

Amigo....respire fundo!

Publicado no jornal Diário da Manhã na página Opinião no dia 17/02/2009 - Pelotas/Rs