Identidade

A alguns anos quando adolescente tirei minha carteira de identidade, que na época abreviavamos para "identidade". Curioso é saber qual adolescente tem sua "identidade" formada.

Depois veio o cpf, a carteira de trabalho e muitos outros documentos para me identificar. Acabei de me lembrar...o número do leito na maternidade foi minha primeira identificação, e depois minha certidão de nascimento, com nome e sobrenome.

Sempre achei meio forte meu nome, tanto que todos me chamavam pelo diminutivo, "Pá" ou "Paty", prestando atenção hoje vejo que poderia ser "Pá" de qualquer coisa...de lixo...de pedreiro...mas era mesmo "Pá" de Patrícia, menos para minha avó que me chamava de "Pata". Talvez ela estivesse antecipando que eu seria pata para muitas coisas. Deixei de ser chamada de "Paty", quando surgiu o termo "Patricinhas", a não ser pra minha filha de vez enquando, quando quer me provocar.

Quando minha filha nasceu queria um nome forte e lindo como ela, que disesse ao mundo o quanto ela era especial. Quando meu filho nasceu não pensei muito nisso não, só queria que ele tivesse dois nomes como minha mãe, e eu e todos os meus tios. Então, assim foi feito.

Só ouvia minha mãe me chamar de Patrícia Elizabeth quando era alguma bronca, engraçado...meu marido também me chama pelo nome quando está bravo. E realmente parece um trovão quando dito com muita enfâse.

E como tudo no mundo gira, o tempo passou e a minha identidade realmente se formou, descobri que gosto de chocolate puro, doce não muito doce, leite com café e pão com manteiga, queijo ao invés de presunto. Uma boa comédia romântica ao invés de filme de terror e muitas outras coisas.

Descobri que hoje sou Lis ( diminutivo de Elizabeth ) ao invés de Pá, que o tempo que ficou pra trás não volta, e mesmo assim Deus tem sempre algo de bom pra nós. Mudando de cidade acabei mudando de nome, não foi de "proprosito" como diz meu filho, somente aconteceu.

As vezes me confunde um pouco, mas tudo bem.

Descobri que quando menos esperamos algo novo aconteceu e a desesperança desaparece. Descobri também que gosto mais do sol e da luz do dia do que da noite, embora a luz das estrelas seja ótima para se namorar.

E minha identidade agora é RG, que para ter validade tem de ter até dez anos senão não embarco em nenhum aeroporto, e que se quiser alçar voos mais altos tenho de ter passporte, mas essa é uma outra conversa.

Patie
Enviado por Patie em 30/01/2009
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