O AMOR TEM QUE TER RECIPROCIDADE

Não por motivos poéticos de vida em comum para a elevação das almas ou coisas do tipo.

Mas pelo simples fato de ser patético e constrangedor para a pessoa que não ama.

Há muito se fala da dor de não ser correspondido versos como “ela me deixou”, “ele não me quer”, “meu mundo caiu” só enaltecem aquele que ama.

E O TRÁGICO CENÁRIO DAQUELE QUE NÃO AMA COMO FICA?

Pouco se fala do absurdo ridículo a que é submetido o “ser amado”.

Servir de muro das lamentações, se vê inquirido por perguntas do tipo: “Você me ama?”, “Porque você não me ama?” São todas um calvário injusto, enquanto para todas essas perguntas há um rol de respostas, é claro, impublicáveis, as quais não se pode proferir sob a alegação de magoar o outro.

E ASSIM O QUE FAZER?

Perpetuar-se naquela agonia de olhos chorosos, lamentações “pulo da ponte”, “morro sem você” só endossa o maçante e degradante teatro do convencimento.

Tão simples seria incorre-se de uma verdade inequívoca que se ama ou não se ama, ninguém é convencido amar.

Acredito que alguns dos esforços da ciência deveriam ser voltados para o “abrandamento patológico” que é agüentar (insisto no trema) alguém que ama enquanto não se ama aquele ser.

Essa pílula, elixir, pó de pilimpimpim, que o seja, tudo seria conforto.

Exemplo:

-Ali vem a “samambaia chorona” toma-se a “pílula-elixir-pó-de-pilimpimpim-qualquer-coisa-que-o-valha” e assim se fica imune à sensação de ser a pior das criaturas, um crápula sem coração.

Sugiro que se pesquisem aquelas pessoas que pela evolução da espécie tem em si a imunidade “não me sinto um canalha sem coração”, inveja desses...

De certo que não vejo saídas tão fáceis assim, tampouco acredito que a população (em sua maioria românticos desvairados) veria com bons olhos tais soluções.

Pois sim, ao que parece estamos alguns fadados ao perpétuo martírio, à paciência do “pisar em ovos” ao ver a figura que nos ama, o coitadinho. Que em nada é coitado, pena sim de quem não ama considerado como aberração, mau-caráter, pelo simples fato de não ter pela criatura os mesmos delírios de sentimento.

E para o não amor recíproco tem que se pensar em várias justificativas paliativas e modernas, elenca-se o “não bateu”, o “não rolou”, o “Deus me livre”, o “nem morto” e o sempre claro, porém questionável “parece o cão chupando manga”, afinal essa contrária à máxima da lenda romântica de que “o amor é cego”.

Do aqui cinicamente exposto se tem a tentativa séria (continua o cinismo) de falar em algo levado as raias da discriminação, reitero QUEM NÃO AMA, NÃO AMA E PRONTO, simplifiquemos a vida e deixemos os atos constrangedores, é necessário.

Lidiane César
Enviado por Lidiane César em 30/01/2009
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