A idade certa para amar

Quando se fala em namorados, a primeira imagem que vem à mente é a de um casal de jovens lindos e apaixonados. Quando o dia dos namorados é a campanha da vez, novamente é um casal de belos e melosos jovens que ilustram os outdoors e cartazes que se espalham pelas ruas.

Isto quer dizer que o verbo namorar ganhou uma conotação pertinente apenas àqueles que ainda não casaram, conseqüentemente aos mais jovens. Diria então que este não é o primeiro e nem será o último, equivoco social. Mas, graças a Deus e aos impetuosos, a vida está aí quebrando paradigmas.

Buscando na raiz de seu significado, o verbo namorar significa: procurar inspirar amor a; pretender o amor de; andar de namoro com; atrair; galantear; seduzir; apaixonar-se. E nas entrelinhas destas definições não está escrito que isto deva ser experimentado por pessoas acima ou abaixo de uma idade “X”. Ou seja, milhares e milhares de idosos estão namorando por este mundo afora.

Desconsiderando serem avaliados como ridículos, senhores e senhoras de cabelos brancos e tez marcada pelos vincos do tempo já vivido, estão se permitindo apaixonar sim, como qualquer jovem com cabelos lustrosos e pele de pêssego. Simplesmente porque o coração não envelhece.

Por muito tempo as histórias infantis ou de gente grande, contavam que vovozinhas e vovozinhos deveriam usar óculos na ponta do nariz, chinelos fofos, e passarem os dias de pijama sentados em suas cadeiras de balanço lendo, fazendo tricô ou cuidando dos netos, até que a morte lhes viesse buscar. Imagino quanta emoção trancafiada dentro destes corações sem idade, não fez com que a temida visitante chegasse antes da hora. Bendita a quebra dos padrões!

Felizmente a paixão que se sente quando adolescente continua acontecendo com a mesma intensidade aos 60, 70, 80 e enquanto a vida existir. E como qualquer apaixonado, os idosos, tremem de emoção pela pessoa amada. São felizes, radiantes e abobalhados quando estão amando. Da mesma forma sentem ciúme,choram, perdem sono e a fome quando sentem o seu amor ameaçado.

Para o desespero dos mal amados de plantão, os bailinhos da terceira idade estão “bombando” de mulheres e homens vaidosos que, estão à mercê do cupido sim. Divorciados e viúvos que foram alforriados da solidão.

Acreditou-se um dia que, as pessoas se desapaixonavam a medida que o tempo passava. Hoje se sabe que o coração é um órgão apaixonado enquanto vivo. E contrariando ainda mais a velha informação, a paixão é uma fonte inesgotável de vida. Então, brindemos a todos os enamorados, pois é graças ao amor, que não tem idade, que viver neste mundo ainda vale à pena.

Léia Batista
Enviado por Léia Batista em 30/01/2009
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