NOSSO GRITO COLETIVO

Às vezes me abstenho de fazer alguns comentários sobre o nosso dia a dia, porque além de não ser nenhuma novidade, eu sei que é chover no molhado, bem, ao menos o é por aqui, na dinâmica das ditas "cidades grandes".

Mas hoje um desabafo dum amigo, me trouxe um assunto a tona, que já fazia parte dos meus planos de escrita.

Ele me dizia sobre o quanto anda "enfurecido " com os prestadores de serviços, e sobre o desgaste emocional que sente pra fazer valer os seus direitos de consumidor.

A mim reclamava do quanto tem sido vítima das ofertas "gratuitas" que lhe são oferecidas pelas empresas de televisão a cabo, telefonia, jornais, revistas, bancos, etc, nas quais depois de muito insistirem acabam por nos convencer a aceitá-las, mas cujas cobranças não nos tardam a chegar no mês seguinte. O jogo é dizer uma coisa ao cliente e fazer outra, totalmente na surdina!

Respondam-me: quem já não foi vítima dum cartão de crédito que não solicitou e que foi lhe cobrado uma taxa? Eu mesma cheguei receber FATURA dum cartão que não pedi, que não usei, e que nem sabia existir!

E cobravam-me taxas por eu NÃO TER USADO O CARTÃO. Piada? Não, mas parece.

Nem preciso dizer que foi uma canseira para resolver o problema!

Ocorre, que a despeito de todo o amparo da lei do consumidor, as empresas de serviços, inclusive as multinacionais, estão livres, leves e soltas....por aqui! Nós que procuremos pelos nossos direitos, depois de nos sentirmos lesados! Isso , se nos der tempo de desfrutar o tal direito ganho no GRITO!

Conheço um consumidor meu amigo, que PAGOU (uma multa contratual) para ser ver livre duma empresa de telefonia celular, que aliás, aqui em casa estamos quase fazendo o mesmo.

E pasmem: Dia desses, chego em casa e vejo uma conta a pagar por debaixo da porta. Estranhei pois já havia pago minhas contas do mes.

Acho que posso dar nome aos bois. Então , vou contar-lhes:Tim..tim...tim..tim...

Era um boleto de título bancário da editora Abril, para que eu pagasse a primeira parcela da oferta dum lote de revista CONTIGO, que acreditem, eu nunca o pedi! Aliás, é uma revista que nunca li!!

E o pior, um título nominal patriocinado e emitido pelo Banco em que sou correntista, do que deduzi que o banco "vendeu" o meu cadastro pessoal.

Isso é um desrespeito, além do que, não acho que seja lícito TAMPOUCO ÉTICO, uma empresa oferecer "seus" clientes a outras empresas.

Guardei o boleto bem guardadinho, porque como não o paguei, talvez ainda corra o risco de ver meu nome no SERASA ou num cartorio de protesto de título.

Aliás, adeus privacidade. Hoje todos sabem tudo de qualquer um de nós.E com detalhes que nós próprios desconhecemos. É de assustar...

Somos meros joguetes nas mãos dos vorazes e ávidos empresários que circundam as pessoas de boa fé para aplicar-lhes estelionatos implícitos! E depois que recorramos ao bispo!

Posto que por aqui estamos bem longe de se conseguir valer nossos direitos.

E isso, como bem desabafou meu amigo, custa a nossa saúde, pois a cada tentativa de solução, adicionamos desgastes emocionais.

Afora o tempo que por aqui é cada vez mais escasso.

Deixo portanto, meu endosso à indignaçao que julgo nao ser apenas minha.

Quem sabe alguem de poder nos dê a solução.

É por isso que cada vez mais sonho em morar no mato! Os bichos são mais dignos...e menos imprevisíveis!