Bons tempos

Não se pode sequer imaginar a infância que pessoas hoje idosas tiveram antigamente.

Bom dia... Boa tarde... Sua benção... Pai, mãe, tios, padrinhos, até o velho desconhecido, que ao encontrar na rua, era cumprimentado com todo respeito pelos jovens em geral.

No lar, ao velho pai, demonstração de respeito, à mesa significava que a fatia maior ou o prato mais repleto, lhe seria servido, em primeiro lugar.

Os filhos prestavam certa reverencia, ao ouvir o que o pai falava, não discordando, e nem interferindo, nas conversas de pessoas mais velhas, até mesmo, sendo condicionados a ficarem de longe quando o assunto tratado fosse, sobre, gravidez, sexo e separações de casais.

A menina era instruída, desde pequena, para o casamento, e como deveria agir, como esposa, dona de casa e mãe.

A boneca era um objeto essencial para o aprendizado dessas pequenas.

A época de menstruação era o caos, não se sabia o porquê das coisas, as meninas se assustavam com o imprevisto, até que as mães viam-se, quase que obrigadas a esclarecer o assunto, ou as próprias meninas, descobriam, umas com as outras.

Não era o caso dos meninos, que tinham certa proteção do pai por serem homens, (prendam suas cabras que o meu bode esta solto) a masculinidade do menino, era prioridade para o pai.

O velho vovô, costumava logo após a ceia, conversar sobre o passado, como foi sua chegada à terra estranha (se ele fosse imigrante) por dificuldades que passou, e como conheceu a vovó, também gostava de contar, casos fantasmagóricos em que às crianças em silencio, ouviam, gostando ou não. O alto respeito com os idosos, visavam a experiencia de vida que eles tinham, sabiam mais e eram muito mais vividos, por isso mereciam toda a credibilidade.

Poderia assim dizer, que era época da inocência,, ao julgar-se pela simplicidade em que todas as coisas aconteciam no ritmo certo.

Seria o caso de acreditar, numa certa forma de escravidão onde não havia liberdade de expressão e nem direitos iguais? Não! Era um jeito salutar de convivências.

Cuidado se exigia dos pequenos, para que se conduzissem de maneira íntegra se preparando para formação de uma nova família, onde não houvesse tanta discórdia e dissolução, portanto assim a nova família se iniciaria com muito amor e respeito.

Venhamos e convenhamos que a disciplina fossem um pouco drásticas, mas aqueles que por ela passaram não tiveram tantas dificuldades para manter um lar estável e feliz.

É por essas e outras, que podemos dizer: Bendito os seios que nos amamentaram e as mãos que cuidadosamente nos disciplinaram.

Marlene Luiz