O guarda-chuva e a sombrinha

Engraçado, nunca me lembrei de pôr um guarda-chuva na mala para viagens aéreas. Decerto porque pensamos sempre no peso a mais. Levá-lo pendurado no braço, também seria um inconveniente a mais. E talvez ele até ficasse para trás em algum aeroporto...

Pois bem, certa vez ao desembarcar com uma colega para um estágio em Lisboa, lá chovia a cântaros. Chegando ao colégio, molhadas como duas crianças, fomos recebidas com exclamações: “Oh! Vocês não têm chapéu?” Achei estranho, por que estaríamos nós de chapéu? Por causa da chuva?... Só mais tarde é que fui compreender, quando precisei comprar o meu chapéu-de-chuva.

Tem gente prevenida que anda permanentemente com um guarda-chuva desses dobráveis na bolsa. Outros, ao contrário, detestam o objeto. Acham-no incômodo. Se for dobrável, na hora da necessidade ele vira do avesso. De modelo tradicional, não há nada mais “atrapalhante”. Passada a chuva, fica esquecido no trabalho, no táxi, na casa de alguém. E nunca mais o recuperamos.

Sempre achei engraçado algumas senhoras chamarem o guarda-chuva de “sombrinha”. Fico imaginando moças de outros tempos, com saias rodadas na altura dos pés, passeando naquele calorão do Rio de Janeiro segurando delicados objetos de seda cor-de-rosa, cheio de babadinhos em volta.

Um dia, porém, detectei minha ignorância. O nome é antigo, sim. Havia me esquecido completamente, ele vem lá do latim: umbrella!