AMOR X SEXO X PAIXÂO
O sexo surgiu tão logo o homem e a mulher existiram. Historicamente do pecado se originou, no pecado cresceu e se consolidou. Por mais que a bandeira da absolvição tenha sido hasteada, no intuito de devolver ao sexo a imagem da naturalidade redimida, outrora difamada, falar sobre sexo ainda é algo complexo, e ponto final.E para quem veio a este mundo num corpo feminino, a coisa é ainda mais complicada.
Para os homens (desde os primórdios) fazer sexo é um atributo da masculinidade garantida. Homem que é homem pode e deve (quando não, os mais velhos encaminham), iniciar-se sexualmente o mais cedo possível. Homem não pega fama e sim ganha o troféu de garanhão. Premiação perseguida desde a puberdade até a velhice (bendito Viagra!).
Já para mulher, (desde os primórdios) fazer sexo é uma atitude naturalmente concedida aos homens. Mulher que é séria não pode e não deve (as mais velhas tratam de catequizar) iniciar o sexo muito cedo. Mulher pega fama sim, e junto com ela ganha o troféu de galinha. É preciso ter cuidado a vida inteira, pois a todo o momento estão querendo nos botar num poleiro.
É claro que nestes meandros do terceiro milênio, o sexo tem sido alvo de uma revolução estrondosa. Os adolescentes (meninos e meninas) aprendem que fazer sexo é permitido, porém com proteção. Os casais descobrem e criam artimanhas para não deixar o desejo esmaecer e conseqüentemente a relação acabar. A homossexualidade é cada vez mais permitida, assumida e exibida. O sexo é visto na tevê a qualquer hora, a todo o momento, em qualquer canal. Nesta explosão de “reconceitos”, sobram cacos de indefinições por todos os lados. Com o sexo vai tudo bem obrigado. Mas os sentimentos, a quantas andam?
Divaldo Franco (médium, orador e escritor espírita), numa palestra em que tive o prazer de estar presente, se referiu à denominação “fazer amor” como sendo apenas um apelido, convenientemente inventado, para denominar o ato sexual, uma vez que amor não se faz, se sente. Na maioria das vezes o que se faz nestas horas, é só sexo mesmo. Assino embaixo!
Como mulher, conhecendo muitas outras mulheres por este mundo de meu Deus, sei o quanto os estilhaços deste BOOM SEXUAL têm causado ferimentos emocionais.Afinal, toda mulher (desde os primórdios) adoraria fazer amor, em vez de sexo.
As convenções sexo/sociais nos têm impelido a pensar e sentir como os homens, e muitas têm tentado a transformação. Mas me pergunto: Como é possível mudar a essência com a qual fomos feitas? Mulher sempre será movida pela emoção, da mesma forma que o homem pela razão. Impossível tentar a mutação sem que o conteúdo fique adulterado. Mulher não sacia o desejo da carne simplesmente, e sim tenta saciar o desejo do coração.
A questão aqui não é o moralismo, pelo contrário. O sexo é algo que faz bem sim, que é necessário sim. A questão, portanto, consiste em alertar a que ponto os sentimentos têm sido feridos ou assassinados por conta desta explosão. O quanto está se misturando as estações, fazendo com que a ascensão sexual rebaixe a posição emocional.As mulheres do terceiro milênio, ao mesmo tempo em que se adaptam ao sexo casual, admitem que ainda temem que no dia seguinte o príncipe da noite vire um sapo e suma.
Concluindo: Sexo é bom e todo mundo gosta. Mas quando vem acompanhado de algum sentimento, fica muito melhor. Pode ser amor, paixão ou simplesmente atração. Se no dia seguinte houver flores, será perfeito. Um telefonema será emocionante. Uma mensagem será tocante. Uma atitude qualquer de respeito é sempre bem-vinda. Mas se for o silêncio, será decepcionante. Vai doer sim! A relação vai para o brejo, junto com o sapo. Palavra de mulher!