A RUA DA PEDRA I
Dia destes escrevemos neste prestativo jornal de nossa cidade, um artigo sobre a “Rua da Pedra”. Dissemos que não poderíamos ficar de braços cruzados diante de situação em que nossas crianças e adolescentes se encontram, jogados ao vício e ao mesmo tempo na desesperança de um futuro melhor para suas vidas. Também falamos da transferência indevida que muitas vezes praticamos em condenar o Estado a resolver esta questão, lógico, uma forma mais fácil e prática para nos eximirmos da responsabilidade sobre nossos atos e dos praticados por pessoas de nossa família. Deixamos em aberto à reflexão de cada um para escolherem o caminho mais correto a tomar para o começo da solução deste grave problema.
Começamos a rever o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente e nos deparamos com direitos outorgados aos nossos menores de idade, que até eles duvidam que possam ter tanto poder. Tudo só pode ser feito de acordo com sua vontade. Nada em detrimento da liberdade, mesmo que alguns não saibam usá-la. Obediência às regras da sociedade, nenhuma. Disciplina em cumprimento de tarefas e horários, desconhecem e respeito aos direitos dos seus semelhantes, inexiste. O poder só pode ser outorgado para quem tem mente formada e sabe como usa-lo. Imaginem uma criança sem mente formada, sem princípios firmados e principalmente sem educação básica e fundamental dirigindo suas atitudes e tomando decisões sobre a sua vida! Parece-nos uma inversão de valores. Já ouvimos várias vezes os professores queixosos de maus tratos e até agressões sofridas partindo de seus alunos adolescentes. A sabedoria está relegada ao segundo plano na escala de importância. A (dês)esperança domina o mundo e com ela traz como conseqüência o que estamos presenciando. Tudo em nome do ECA, eca!
Por outro lado, a legislação pertinente aos direitos humanos, parece-nos, muitas vezes maior que as dos deveres. Basta pensarmos em punir autores de atitudes ilegais e criminosas e esbarramos numa enorme barreira protetora ao “ser” humano que nos impede de agir. Estamos, hoje, atrás de grades e a “bandidalha” solta nas ruas praticando coisas que nem se imagina. Quando presos por autoridade competente, estas, são obrigadas a tomar cuidado para não serem acusadas por maus tratos e desrespeitos aos direitos do cidadão, consequentemente, penalizadas.
Sei que tudo isto é resultado de uma série de medidas e de interesses da sociedade e de alguns de seus mais poderosos membros, mas, só através da reforma das leis que regem direitos e deveres da “criança e do adolescente”, como também na revisão de conceitos sobre os “direitos humanos” é que alcançaremos coibir e proibir com seriedade as ações criminosas praticadas na “Rua da Pedra”.
Aos legisladores o nosso pedido de SOCORRO!
Publicado no jornal Diário da Manhã, página Opinião, no dia 24/01/2009 - Pelotas/Rs.