SOU CAIPIRA PIRAPORA NOSSA...

Renato Teixeira versejou, Elis Regina proclamou, o povo brasileiro aplaudiu, pediu bis e com ela cantou: Sou caipira, Pirapora nossa / senhora de Aparecida / ilumina a minha vida escura e funda / o trem da minha vida...

Não há o que discutir, nós somos caipiras e provincianos, desconhecemos o outro lado e quando pegamos o “trem” e com ele nos deparamos ficamos deslumbrados

Isto vem a propósito de um livro lançado na praça “O Presidente Segundo O Sociólogo” (Companhia das Letras) que se constitui de uma série de entrevistas dadas a Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Revista Veja por Fernando Henrique Cardoso, focando os problemas brasileiros, a questão da educação, a formação da nossa sociedade etc.

Existe também uma entrevista de FHC, quando ainda era presidente da República, dada ao jornal português “Diário de Noticias”, onde o nosso também sociólogo, filósofo, ligado ao Romantismo e seguidor da escola Heidelberg, afirma que os brasileiros são caipiras e o Brasil provinciano e que nós não temos a percepção da inserção do Brasil no mundo (...) que esta posição isolacionista seria uma variante da mentalidade crioula. Como a entrevista faz algum tempo não sei se ele ainda pensa que estamos entregues ao provincianismo, ao caipirismo, ao desenformismo, ao isolacionismo e ao criolismo pensante.

Gottfried Herder, explica que cada época da História tem um valor que lhe é peculiar e cada povo a sua forma especial de ser, sua própria “alma”. A questão seria saber se somos capazes de mudar de “alma” e penetrarmos em outros tempos, em outras culturas para entendê-las e como podemos fazer isto.

Assim sendo, enquanto o saber não nos alcança e a nossa “alma” não é trocada, esperemos com paciência que alguém nos estenda a mão e nos guie até alcançarmos uma outra cultura mais elevada. No momento fica valendo o... diga-me que país é o teu , que te direi que és: CAIPIRA, UAI!