NOITE DE NÚPCIAS.....

 

    A vantagem de estarmos reunidos num barzinho, aliás num novo barzinho, é que poderíamos falar uma porção de bobagens, inventar uma quantidade de histórias, que jurávamos de pés juntos serem verdadeiras além de, moderadamente, tomarmos um chope geladinho e comermos alguns petiscos.

    Confesso que estava sentindo falta desses encontros. De vez em quando faz bem ao fígado esse tipo de reunião. Nessa noite contei histórias, mas ouvi algumas realmente maravilhosas, dignas de qualquer platéia bem intencionada e disposta a rir sem nenhum compromisso.

    Uma dessas histórias foi contada por um companheiro recém casado, que nos relatou suas desventuras no dia do casamento e na tão famosa e aguardada noite de núpcias. Agora, uma pequena pausa para duas goladas de chope, três mordidas num salgadinho e , naquela noite o ocorrido foi mais ou menos assim :

       “...tinha tudo para dar certo. Tinha tudo para ser uma noite inesquecível. A começar pela cerimônia que seria realizada numa belíssima igreja, prosseguindo pela recepção num enorme salão ao lado e terminando é claro , com uma romântica noite de núpcias, tão aguardada pelo jovem casal.

     Entretanto, nem tudo aconteceu como planejado. A começar por uma verdadeira tempestade que desabou sobre a cidade, uma hora antes do casório. Isso simplesmente contribuiu para que a noiva chegasse a igreja com quase duas horas de atraso. O noivo já começava a pensar numa provável desistência e aflito, tentava se comunicar com a jovem amada que é evidente, não tinha levado celular mesmo porquê, nunca soube de noivas que carregassem um celular a tiracolo ou no decote.

     Acontece que o tempo de espera , trazendo tanta aflição e nervosismo ao pobre noivo e em alguns convidados, fez com que o organismo agisse e fizesse o seu papel e meu amigo, o infeliz e angustiado noivo, foi acumulando uma enorme vontade de ir ao banheiro esvaziar a bexiga.

     Isso é natural, principalmente nos noivos angustiados e ansiosos. Só que, justamente na hora que ele entrou num cubículo apelidado de banheiro masculino, faltou luz no bairro e aí, as coisas começaram a complicar.

    Não se enxergava nada e portanto, foi absolutamente natural que o noivo saísse do banheiro com uma enorme mancha úmida um palmo acima do joelhos. A mancha se destacava nitidamente por ser o terno do meu amigo de um azul bem clarinho. Lógico que dava para perceber o que tinha acontecido.

    Mas, finalmente conseguiram se casar com a benção de Deus, do padre e o olhar preocupado da sogra. A recepção foi linda, sem maiores problemas , com exceção da garrafa de champanhe que o noivo conseguiu derrubar na mesa do bolo. Resultado, para as fotos, taças cheias de guaraná da Antarctica.

    E finalmente, graças aos céus e a terrível pancada de chuva, a festa se aproximou do final, o fotógrafo cansou de tirar fotos, os convidados se retiraram e o jovem casal, com olhares brilhantes , se dirigiram ao carro que os levaria ao hotel, de onde partiriam bem cedinho para uma deliciosa viagem de uma semana.

    Ocorre que, também é absolutamente normal, para se precaver de possíveis sustos e para não ter nenhuma decepção, além de ser natural que descarregasse no vaso sanitário a maior parte da cerveja ingerida, o noivo cochichou no ouvido da amada que iria ao banheiro, antes de sair.

     E foi, só que demorou muito. Preocupados, padrinhos, sogra e a noiva foram averiguar o que estava acontecendo. O que aconteceu foi simplesmente que o noivo ficara trancado no banheiro, um cubículo que como já disse tinha o apelido de banheiro masculino.

    Por fora, ninguém estava conseguindo abrir a porta e alguém de bom senso e que ainda não estava bêbado sugeriu que chamassem um chaveiro. Desesperados, noivo e noiva concordaram, só que alguém saberia informar onde se poderia encontrar um chaveiro aquela hora da noite ? Ninguém sabia.

    Então, o jeito seria tentar arrombar a porta, o que prontamente foi contestado pelo sacristão. Para desespero do noivo que estava sufocado no cubículo, iniciou-se uma intensa discussão sobre a validade de arrombar ou não a porta. A noiva, chorando argumentava que era a sua noite de lua de mel e o sacristão afirmando que aquela porta fazia parte do patrimônio histórico da igreja.

    Não houve acordo. Muito pelo contrario. A discussão aumentara, quase se chegando a agressão física até que a sogra, surpreendentemente teve uma grande ideia, chamar o Corpo de Bombeiros.

    O sacristão continuou não concordando, visto que os bombeiros para salvar o noivo, que a esta altura estava sentado no chão do cubículo dormindo (ou desmaiado) teriam que arrombar a porta a machadadas. Bem, para encurtar a história, as duas famílias resolveram esperar o dia amanhecer para que um chaveiro viesse resolver a questão.

    Isso realmente aconteceu e finalmente, para delírio de todos, noivos e noiva se abraçaram, se beijaram e foram direto para rodoviária tomar um ônibus para uma longa viagem de seis horas.

     E quanto a noite de núpcias ? Só aconteceu na noite seguinte, visto que ambos não passaram bem durante a viagem por terem comido alguma coisa na estação rodoviária que não caiu bem e fez sérios estragos no intestino dos dois...”.

    Fiquei pensando na situação e o ensinamento que fica é, evitar tomar o mínimo possível de qualquer liquido antes de um casal de noivos retornar a sua casa ou ao hotel para iniciar uma noite de núpcias.

   Sempre é melhor prevenir que remediar.....

 

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(.....imagem google.....)




(.....imagem google.....)

WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 26/01/2009
Reeditado em 06/02/2013
Código do texto: T1404553
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