Salada de “frutilidades”

O fato de não abrir mão da tevê por assinatura, ao mesmo tempo em que me dá autonomia para escolher o que desejo assistir, acaba me excluindo dos assuntos corriqueiros das emissoras populares. Então,quando numa roda de bate papo, alguém de repente desatou a falar sobre a tal Mulher Melancia, meus neurônios se retesaram, tentando buscar em vão o que viria a ser este fenômeno, o qual vergonhosamente eu desconhecia. Bastou, entretanto, ficar calada por alguns segundos para descobrir que o caso fenomenal dizia respeito a uma mulher e o seu avantajado quadril medindo “expressionantes” 121 cm. Poxa! E eu que até então só havia conhecido a Mulher Samambaia.

Aprofundando ainda mais o conhecimento da cultura inútil e fútil do meu país, acabei sabendo que o tal fenômeno “melancilítico” que lucrou milhões à revista Playboy foi descoberta enquanto exercia a gloriosa carreira de dançarina do Créu. Como se já não bastasse ter que aceitar que o acumulo de adiposidade no quadril lhe rendeu o sucesso bombástico. Saber que o sucesso da porcaria do Créu foi o que impulsionou a ascensão da Melancia é demais!

Eu morro, reencarno várias vezes e não vejo tudo. O Google me revelou ainda que nas feiras da imbecilidade patética deste imenso país, estão se travando duelos entre a Mulher Melancia e a Mulher Jaca. E o espetáculo circense não pára por aí. É de primeiríssima mão que chega até mim, enquanto o meu controle remoto rebusca a melhor programação, a notícia de que a Mulher Melão acaba de reivindicar o seu lugar ao sol, ou melhor, na briga. Credo!

Enquanto isto, do outro lado do balaio, uma sobrinha da Gretchen descendente, sem sombra de dúvida, dos genes protuberantes da titia, jura de pé junto à revista VIP (acredite quem quiser) que ainda é virgem e que está reservando a sua pureza. Enquanto o príncipe otário não chega, ela exibe, sem reservas, os peitos ultra-siliconados e disputa o título de Bumbum do Brasil, no qual a Melancia mais uma vez é a favorita. É créu na gente mesmo!

Um povo que é capaz salivar em cima de uma salada de “mulheres frutas” e de um criar um concurso para eleger o bumbum que tem a cara do país, só pode ser visto lá fora como um bando de bundões. Seria engraçado, se não fosse trágico. Enquanto a verdadeira cultura brasileira pena para ser reconhecida e sobreviver no próprio país, a falta de cultura reverte milhões aos sabotadores da arte. O povo merece o país que tem.

Enquanto lá fora, a música brasileira encanta os corações estrangeiros. Aqui só emplaca se vier acompanhada de muito peito e de muita bunda. E o samba? Este já era! Brasileiro legítimo sabe mesmo é dançar o Créu e babar na melancia.

Léia Batista
Enviado por Léia Batista em 25/01/2009
Reeditado em 25/01/2009
Código do texto: T1403568