SE ME ASSOPRAREM POSSO ACENDER DE NOVO

Qual paulistano que não conhece seu poeta popular maior, Adoniran Barbosa, o criador do famoso samba Paulista de tanta polêmica (sempre é bom lembrar, que Adoniran foi campeão do carnaval carioca com seu hino Trem das Onze).

Basta andar pelas ruas e avenidas da cidade que ouvimos em nossas mentes seus versos contando histórias que somente acontecem em São Paulo, pela própria voz rouca, emocionada, ou pelos seus intérpretes maiores os Demônios da Garoa.

Adoniran na época do sucesso da Jovem Guarda, sentindo-se esquecido pelo seu povo (incorretamente, porque sempre foi e será o poeta maior dessa hoje megalópole) compôs uma canção sublime que reproduzo a letra abaixo:

Já fui uma brasa

Eu também um dia fui uma brasa

E acendi muita lenha no fogão

E hoje o que é que eu sou?

Quem sabe de mim é meu violão

Mas lembro que o rádio que hoje toca iê-iê-iê o dia inteiro,

Tocava saudosa maloca

Eu gosto dos meninos destes tal de iê-iê-iê, porque com eles,

Canta a voz do povo

E eu que já fui uma brasa,

Se assoprarem posso acender de novo

Pois é, porque fui me lembrar hoje do grande Adoniran.

Eu sou um senhor sexagenário, em fim de carreira como sentiu-se Adoniran quando compos essa musica.

Acontece que diariamente convivo com uma jovem belíssima, com idade para ser minha filha, (de antemão aos desavisados, ela já passou dos 23, não é pedofilia)

Ela tem um corpo escultural, usa umas calças jeans de cintura baixa, que toda vez que se abaixa de costa para mim eu tenho uma visão endescritível, sem contar quando se levanta, o jeito sensual que com as mãos ergue a calça na minha frente, e outros movimentos que tem realizado diariamente com muita “naturalidade” .

Não estou mais conseguindo dormir direito.

Ela tem assoprado minha brasa diariamente.

Parabéns, minha amada São Paulo pelos seus 455 anos

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 25/01/2009
Reeditado em 25/01/2009
Código do texto: T1403442