Copa do Mundo de 1954

Mais uma vez o Brasil iria disputar uma Copa. Esta seria na Suíça, e poderíamos ter formado, na minha opinião, a melhor seleção depois daquela de 1938.

Zezé Moreira era o nosso técnico. Castilho estava na sua melhor forma, o que o goleiro do Fluminense FC não defendia batia nele e saia, por isso Castilho ganhara o apelido de “leiteria”. Como ele mesmo dizia, goleiro sem sorte não pode jogar nem numa partida entre casados e solteiros.

Como zagueiro direito tínhamos Djalma Santos, e como zagueiro esquerdo tínhamos Nilton Santos, como zagueiro central tínhamos Pinheiro. Essa era uma retaguarda que dificilmente seria igualada dada a categoria e segurança de todos.

Como Zezé Moreira gostava, três craques no meio de campo: Bauer, o único remanescente da Seleção de 1950, Brandãozinho, mais jovem e tecnicamente muito melhor que Danilo, e Didi, revelação do Fluminense, em grande forma.

No ataque o melhor ponta direita antes de Garrincha: Julio Botelho. Ele era forte, veloz, inteligente, e fazia gols. Na ponta esquerda, Rodrigues, também muito rápido, técnico e dono de um chute fortíssimo.

Os pontas de lança titulares eram Baltazar e Pinga I. Baltazar dentro de uma área era o tormento para qualquer defesa, fazia muitos gols de cabeça e Pinga I era um artilheiro nato, dava dribles curtos e rápidos dentro da área que eram fatais para qualquer adversário.

Esta Seleção seria assim formada: Castilho, Djalma Santos, Pinheiro e Nilton Santos; Bauer, Brandãozinho e Didi; Julinho, Baltazar, Pinga I e Rodrigues.

Eu acredito que nesse time poderíamos ter levado Zizinho de meia direita, no lugar de Didi, que segundo o depoimento de vários craques argentinos, dentre os quais Carrizo, Nestor Rossi e Labruna, Zizinho era o melhor jogador brasileiro que eles tinham visto jogar em todos os tempos. Mas como Zizinho havia perdido a Copa de 50 junto com outros, não foi lembrado. Talvez fosse uma vingança face às lambanças feitas pelos dirigentes da CBD, de 1950.