4 de Janeiro de 2009

O vento chacoalha os galhos das árvores, parece que fazendo graça, tal como chacoalha os pensamentos junto à endorfina, junto à navalha engolida com saliva, mesmo, contudo, no entanto, no encanto do dissipar da neblina, do choro sem rítimo, no canto e na rima da falta de ar. Do tempo que não passa, dos passos, da falta, da saudade, que há de levar, levar sem rumo, ou rimar o que acaba de clarear. Parecia tão confuso, tão triste, deprimente tão problemático. Na verdade era. Só que despreocupada a seqüência seria, como a “mentira, fonte da ruína”, por uma vermelha maçã, espelho da traição, cobiçada pelas vozes que sempre irão falar, tão certa, quanto o erro de Eva. Resposta, o cuspe na face, os pregos no corpo, o gosto da verdade, a metade que se torna inteira sozinha, a vida, ah, a vida.

uell
Enviado por uell em 23/01/2009
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