CONFETES JOGADOS À TOA

O que de certa forma constrange, quando determinados meios de comunicação se arvoram em apresentar as suas minisséries sobre alguns expoentes da música, das letras, das artes em geral, é o excesso de confetes que se joga, quiçá, a esmo nessa(s) figura(s).

Outro dia, determinado canal de televisão levou ao ar uma reportagem sucinta a respeito da vida e obra de um ícone, segundo a crítica especializada, da música brasileira. Lá o jornalista entusiasta, um senhor de meia idade, conhecido nacionalmente, tecia alguns casos hilários dessa figura exponencial da música.

Dizia o jornalista: certa feita estávamos num determinado local, famoso por reunir a fina flor da intelectualidade carioca e esse cidadão solicitou ao garçom a sua tradicional dose de whisky. O garçom, talvez por negligência demorou a servir ao ilustre cliente. Foi repreendido e argüido: Você sabe quem sou eu? Sou o cicrano! O felizardo que compôs a música... tal. Segundo o jornalista, todos caíram na gargalhada. Dizia mais: ele sempre sabia tirar repentes “impressionantes” de suas brincadeiras.

Quer dizer, se o cara tivesse o hábito de cuspir no chão sempre que tomasse uma dose do seu whisky, isso passaria a ser visto como genial, belo, bonito, extraordinário, educado, fino. Diriam que a cuspida não era uma qualquer..., mas diferente, talvez cheia de graça, etc e tal. Afinal, quem cuspiu foi fulano de tal, aquele que a televisão me diz que é o tal. Ora bolas, esse repente do artista em apreço, na minha terra se chama, no mínimo pedantismo, arrogância, prepotência! Aí a coisa cai na mídia como algo inusitado! Paciência, meu caro!!!

Eduardo Conde
Enviado por Eduardo Conde em 23/01/2009
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