A Parábola do Filho Pródigo às Avessas
No mundo moderno está ocorrendo um fenômeno interessante e preocupante que nos faz lembrar o reverso da parábola que dá título a essa crônica, cujo título poderia ser também "A Parábola do Falso Sucesso".
Como na parábola, há filhos que saem das casas dos pais levando uma vida independente de fato e que experimentam na caminhada pequenos sucessos e revezes que somados geram uma grande carga de aprendizado e evolução. Alguns, enfrentam revezes piores e mais cruéis e se veem novamente em busca do lar de origem para repousarem (não acomodarem!) tomando fôlego para enveredar em novos caminhos com todas as lições aprendidas e mais experientes.
Também como na parábola, há filhos que ficam no comodismo do lar, usufruindo e sugando as energias de seus progenitores, mesmo com a possibilidade de serem independentes de fato, ou seja, possuindo seus empregos, seu dinheiro, sendo auto-sustentáveis, mas por algum motivo ainda se veem no direito de ficarem protegidos do mundo real debaixo das grandes asas dos pais. Por terem esta falsa independência se acham superiores aos ditos fracassados que saíram de casa e buscam descanso. Falam de como sabem administrar a vida! Falam de como sabem gerenciar tudo na vida! As finanças, as casas e às vezes até mesmo os filhos que já possuem!
Coitados! Pobres coitados! Falam enquanto o filete de leite quente ainda cai pelo canto dos lábios, leite este sugado da grande teta dos pais. Ainda não desmamaram e desfrutam de um sucesso que não existe! Falam de sucesso na vida! Mas que vida! Mas que sucesso! O mundo real está lá fora os aguardando enquanto ainda brincam de casinha protegidos em seus quartos mantidos ainda pelos pais benevolentes e protetores.
O que é ainda mais triste é que, diferente da parábola, os pais fazem festas frequentes aos filhos que ainda mamam, que ainda estao ali debaixo de seus caracóis. Será por que? Com esta atitude estão criando grandes monstros débeis que ao sair no mundo real tombam à primeira brisa fria do inverno!
Pobres pais! Pobres filhos!