E o garoto, mais uma vez estava caído ao chão!
Corpo esquelético, olhar disforme e ausente, e pele de uma coloração acinzentada. Um pacotinho nas mãos, provavelmente o que restou das drogas. Que droga!
Ajudá-lo? Mas, ajudar alguém que vejo todos os dias, nas mesmas condições?
Sou um trabalhador, daqueles, latino-americano, sem dinheiro no bolso, tenho família, pago os meus impostos em dia e ainda tenho que olhar atentamente para os lados ao sair e ao entrar de casa, com medo da sociedade turbulenta; da cara do “Cara”, da roupa do “Nóia”, e do “Chamado” de alguém perdido no mundo em busca de uma informação.
Mas não sou um Cidadão de Pedra... E o garoto ainda estava ali...
Ali, deitado, estirado ao solo; coisa comum de se ver todos os dias. Na certa não teria muito mais tempo de vida, aquele garoto.
Bom para ele, que conheceria outro tipo de inferno tão logo partisse. Talvez fosse melhor assim, porque o inferno daqui já o havia consumido quase que por inteiro.
E o que fazemos?
Nos condoemos com tais situações e trocamos a nossa imortal incompreensão dos problemas sociais por uma boa ação, que achamos ser caridosa, e ali mesmo, envoltos em orações entrecortadas lhe ofertamos um naco de pão, ou um trocado talvez.
Mas amanhã, aquele garoto ainda estará ali, ou não...
Depende da sorte, ou dos desígnios da morte, que o leve, em paz, ou não!
Saiu da Favela, da Viela, ou da casa do seu amigo, ou da sua?
Saiu para não mais voltar, porque os pais dele, em muitos momentos, não tinham momentos para lhe saudar, para falar e compartilhar com ele, algo de bom, as coisas do mundo, um sorriso ou um abraço, ou uma bronca talvez, que por sua vez, seria para adestrar seu crescimento. Sem essas coisas, a vida é um tédio.
Ninguém para lhe acompanhar, até que um dia, algum transeunte, esperto e com sorte, daqueles que alicia menores, o convida para conversar.
Ah, uma conversa da boa, que há muito tempo aquele garoto não tinha em seu lar. Pronto, ganhou um amigo, elegeu-o herói, e a droga, ou qualquer outro vício, torna-se automaticamente, ali mesmo, o Elo mais forte entre eles...Dependente por demais, será!
Antes de continuar a andar rumo ao Lar, parei e refleti, pensei e logo pude vislumbrar o seu futuro.
“...Levanta mais uma vez garoto, atravessa a rua e cai na outra esquina. Ali talvez passe alguém, que acometido do desejo sórdido de lavar os pecados do mundo, te dê um trocado...”
A sorte está lançada, compra mais, e mais. Compra o que para ti é vida, e vai!
No outro dia, passei por ali. O garoto esta ali, no mesmo lugar...Só que morto!
No outro canto da calçada, um outro garoto, esperando a sua vez!
Corpo esquelético, olhar disforme e ausente, e pele de uma coloração acinzentada. Um pacotinho nas mãos, provavelmente o que restou das drogas. Que droga!
Ajudá-lo? Mas, ajudar alguém que vejo todos os dias, nas mesmas condições?
Sou um trabalhador, daqueles, latino-americano, sem dinheiro no bolso, tenho família, pago os meus impostos em dia e ainda tenho que olhar atentamente para os lados ao sair e ao entrar de casa, com medo da sociedade turbulenta; da cara do “Cara”, da roupa do “Nóia”, e do “Chamado” de alguém perdido no mundo em busca de uma informação.
Mas não sou um Cidadão de Pedra... E o garoto ainda estava ali...
Ali, deitado, estirado ao solo; coisa comum de se ver todos os dias. Na certa não teria muito mais tempo de vida, aquele garoto.
Bom para ele, que conheceria outro tipo de inferno tão logo partisse. Talvez fosse melhor assim, porque o inferno daqui já o havia consumido quase que por inteiro.
E o que fazemos?
Nos condoemos com tais situações e trocamos a nossa imortal incompreensão dos problemas sociais por uma boa ação, que achamos ser caridosa, e ali mesmo, envoltos em orações entrecortadas lhe ofertamos um naco de pão, ou um trocado talvez.
Mas amanhã, aquele garoto ainda estará ali, ou não...
Depende da sorte, ou dos desígnios da morte, que o leve, em paz, ou não!
Saiu da Favela, da Viela, ou da casa do seu amigo, ou da sua?
Saiu para não mais voltar, porque os pais dele, em muitos momentos, não tinham momentos para lhe saudar, para falar e compartilhar com ele, algo de bom, as coisas do mundo, um sorriso ou um abraço, ou uma bronca talvez, que por sua vez, seria para adestrar seu crescimento. Sem essas coisas, a vida é um tédio.
Ninguém para lhe acompanhar, até que um dia, algum transeunte, esperto e com sorte, daqueles que alicia menores, o convida para conversar.
Ah, uma conversa da boa, que há muito tempo aquele garoto não tinha em seu lar. Pronto, ganhou um amigo, elegeu-o herói, e a droga, ou qualquer outro vício, torna-se automaticamente, ali mesmo, o Elo mais forte entre eles...Dependente por demais, será!
Antes de continuar a andar rumo ao Lar, parei e refleti, pensei e logo pude vislumbrar o seu futuro.
“...Levanta mais uma vez garoto, atravessa a rua e cai na outra esquina. Ali talvez passe alguém, que acometido do desejo sórdido de lavar os pecados do mundo, te dê um trocado...”
A sorte está lançada, compra mais, e mais. Compra o que para ti é vida, e vai!
No outro dia, passei por ali. O garoto esta ali, no mesmo lugar...Só que morto!
No outro canto da calçada, um outro garoto, esperando a sua vez!