NÃO OLHE PRA MIM NÃO
Há dias que eu o observava..., e não restava em mim a menor dúvida do que o ser estava perdidamente apaixonado e acreditava ser correspondido, pelo menos era isso que ele imaginava. Só imaginava... A imaginação, - e o inocente não sabia - há quem afirme, é um poder ilimitado e esse poder leva para uma dimensão que vai além do que é material ou físico; imaginar significa visualizar , sentir o que aparentemente está invisível. Mas o ser, além de imaginar criou expectativas, inquietou-se, e se deixou levar pela ansiedade, pelo desejo de beijos queridos e não recebidos; estendeu braços, que permaneceram vazios e teve que sufocar um amor que acreditava verdadeiro... Só que ele esqueceu - e tá nos livros - de que o amor deve ser obrigatoriamente permitido, tomando-se por base um sentimento de reciprocidade capaz de dar início as relações de afetividade. E que ele saiba também, dentro das perspectivas filosóficas, que, segundo Platão, o amor é apenas o desejo por algo que não se possui. (?). E eu que continuo a observá-lo, IMAGINO, que ao pobre diabo só restou passar a mão pelos cabelos, sentir a esperança morrer e dizer: por que você veio até mim sem nunca ter vindo? E eu cá com o meu ziper respondo: não olha pra mim não, sou apenas observadora, como vou lá eu saber? Mas diz pra ele, ô serzinho sofredor, que o amor é lindo.. Apesar dele.