19 de Janeiro de 2009
A praia, o céu, de um azul que não se acha nas caixinhas de lápis de cor e nem nas tintas para pintura, retorcendo as nuvens, que hora tem uma forma, hora outra. Não se cansam de brincar, de imitar coisas. O vento, por sua vez, tão cúmplice não deixa de fazer a arte final e a maldade de limpar tudo depois. (igual à lousa que tinha lá na escola e a professora sempre mandava algum aluno apagá-la ao término da aula ou apagava ela mesma depois de ter escrito aqueles textos enormes que copiava do livro ou coisa que o valha. Juro que nunca na vida vi um professor escrever sem olhar numa merda de um livro, a não ser nas explicações que dava, lendo o livro). Mais a esquerda o sol que ofusca os olhos, e seca o corpo molhado, talvez ele não goste de ser espiado feito o céu que esbanja a beleza do limite, onde a vontade é espalhar as nuvens com as mãos e sonhar que elas têm o mesmo gosto do algodão doce. O cheiro de mar, a brisa que parece ter gosto de sal, a água que corre das ondas pela areia molhada na beira, tentando alcançar meus pés, que quase nunca consegue, só porque estou numa distância favorável pra isso. O som das ondas, que parece congestionar o pensamento às vezes, te faz pensar em tantas coisas em meio segundo. Talvez seja por isso que estou sentado aqui há quase duas horas, essa coisa de pensar rápido me agrada um bocado, menos sentir o sol arder. Acho que o efeito do protetor está acabando, essa merda de propaganda que diz que duram por horas e até depois que entra na água. Tamanha patifaria. Acho melhor levantar, dar mais uns mergulhos e ir pra casa almoçar a comida da tia Vera, visto que já me desconcentrei e está acabando a porcaria da bateria do celular que gravo falado antes o que pretendo escrever...