A gramática das crianças
Toda criança apresenta dificuldades ao aprender a falar e quanto menor ela for, mais dificuldades terá, a começar pela fonética.
Depois de aprendidos os sons de tudo aquilo que ouve e repete, ela começa a fazer associações relativas aos plurais e ao gênero das palavras. Só mais tarde é que as frases principiam a se estruturar.
É interessante notar que um processo gramatical intuitivo se desenvolve dentro da cabeça das crianças, desde bem pequenas. Perguntamos a elas: “comeu?” Respondem: “comi”, “viu o cachorrinho?” “vi”, “dormiu?” “dormi”, “fez pipi?” “fazi”...
É bom lembrar que devemos não somente corrigir, como evitar o tempo todo o uso de alguns erros “clássicos”: “pra mim fazer” “espera eu” “a gente vamos” “onde você quer que eu ponho isto?” “quer que eu te ajudo?”
Há, porém, alguns enganos cometidos pelas crianças, que de tão engraçadinhos e divertidos, não corrigimos logo só pelo prazer de ouvi-las repetir. Quando meu filho achava algo muito fácil, dizia: “é facílio!” Meu irmão caçula subia os “negraus” da escada... Uma sobrinha dizia que ao ficar moça usaria “sutião”... Outra nos perguntava por que em filmes de casas chiques quem abre a porta é sempre o “mordongo”?
E havia outra ainda, que embora pequena, já se admirava com a potente voz de Flácido Domingo...