Bolinhos de Chuva

Final de Ano... Festas, visitas, férias. Crianças entram e saem numa alegria constante. Brincam, discutem, correm, falam alto. A vida borbulha do lado de fora. É tempo de explosão. Em meu interior, a criança ali existente, mas já subjugada pela razão, emerge trazida pela vibração constante dos jovens

Não há tempo para introspecção ou qualquer atividade que disso necessite.

São novas musicas novos ritmos. Nas conversas, surgem termos por mim desconhecidos. Procuro compreender para ficar enturmada. Sinto-me careta. Estou perdida entre eles. Talvez eu esteja muito desatualizada quanto aos novos assuntos: nada sei de Harry Potter, Crepúsculo, BBB,MP3,4,5........... Em contra partida, eles nada sabem de: roseira, pássaros, formigas; nem leram Pessoa, Bilac, Cecília Meireles, Cora Coralina ; não apreciaram um Monet ou Renoir; nem pararam para escutar Chopin, Beethoven....

Sinto-me perdida. Precisamos, urgentemente, entrar num acordo.

O que fazer?

Volto ao passado, quando então, eu jovem, juntamente com meus primos, chegava a casa de minha avó, aproveitando as férias. Ela, provavelmente, tão aturdida quanto eu agora, conseguia salvar a situação com uma chamada geral: Pessoal, que tal? Bolinhos de chuva!

Resolvo usar a mesma estratégia, um tanto temerosa. Será que essa geração, dos hamburgueses e nugget, ainda gostam de bolinhos de chuva?

Atrevo-me a propor...

Para minha satisfação, percebo que em essência nada mudou.

Algazarra geral...

Lisyt

Lisyt
Enviado por Lisyt em 19/01/2009
Código do texto: T1392233