O dia em que a Terra parou
Não se trata de resenha do filme, mas apenas uma descarada e proposital apropriação do seu título.
Como não sei quando vou assistí-lo e nem me interesso por filmes-catástrofe, por ora não me resta alternativa senão fazer a minha própria ficção desse meu dia:
Teria uma alvorada constante e um tempo totalmente indefinido. Já que a imaginação é minha, sou livre para situá-lo como quizer:
Um despertar sem fim. Eu veria a minha mulher ainda dormindo mas sempre do meu lado, daria um beijo no seu rosto com cuidado para não despertá-la e cobriria os seus pés, onde ela sente mais frio nessas manhãs de sempre. Não me importaria que ela ficasse alí descansando de todas as suas inquietudes. Eu a deixaria dormir até quanto quizesse para que quando acordasse se sentisse a mulher mais amada e me desse finalmente um beijo de bom dia.
Um amor prá durar toda a manhã, a vida inteira.
Uma manhã eterna. Caminharia com cuidado e veria com alegria os meus filhos ainda dormindo serenos, com a idade que quizessem. Ambos, ela e ele com uma manhã imensa pela frente até que a Terra voltasse a girar. Acumulando ainda mais força e sabedoria.
Encontraria minha mãe e meu pai, prontos para me abraçar e agradeceria por haverem me ensinado a ser pai. Pediria também perdão, pois a ser filho eu só aprendí muito depois com os meus. Eu sei que eles compreenderiam e não precisariam dizer nada, só existirem para sempre.
Uma manhã radiante, com meus tres irmãos ainda andando pela casa, eu os admirando ora pelo assédio das moças mais bonitas, pelo conhecimento das coisas da vida, pela resignação ao sofrimento e proximidade com Deus. Cada um e minha lembrança deles na nossa casa alí passeando por essa manhã idealizada.
Com o sol ainda bocejando, pediria aos amigos para esperar até eu calçar a chuteira ou juntar os cadernos e livros. Não precisaria pressa, pois a manhã seria infinda e a vida estaria aberta em todas as suas possibilidades.
Eu? Radiante também, com todos os caminhos ainda por sonhar, todos os lugares ainda por ouvir, todos os sonhos ainda por abrir e todas as músicas ainda por visitar.
Só aí eu acionaria de novo o botão do planeta, pronto como sempre prá qualquer giro louco que ele quizesse dar.
Não se trata de resenha do filme, mas apenas uma descarada e proposital apropriação do seu título.
Como não sei quando vou assistí-lo e nem me interesso por filmes-catástrofe, por ora não me resta alternativa senão fazer a minha própria ficção desse meu dia:
Teria uma alvorada constante e um tempo totalmente indefinido. Já que a imaginação é minha, sou livre para situá-lo como quizer:
Um despertar sem fim. Eu veria a minha mulher ainda dormindo mas sempre do meu lado, daria um beijo no seu rosto com cuidado para não despertá-la e cobriria os seus pés, onde ela sente mais frio nessas manhãs de sempre. Não me importaria que ela ficasse alí descansando de todas as suas inquietudes. Eu a deixaria dormir até quanto quizesse para que quando acordasse se sentisse a mulher mais amada e me desse finalmente um beijo de bom dia.
Um amor prá durar toda a manhã, a vida inteira.
Uma manhã eterna. Caminharia com cuidado e veria com alegria os meus filhos ainda dormindo serenos, com a idade que quizessem. Ambos, ela e ele com uma manhã imensa pela frente até que a Terra voltasse a girar. Acumulando ainda mais força e sabedoria.
Encontraria minha mãe e meu pai, prontos para me abraçar e agradeceria por haverem me ensinado a ser pai. Pediria também perdão, pois a ser filho eu só aprendí muito depois com os meus. Eu sei que eles compreenderiam e não precisariam dizer nada, só existirem para sempre.
Uma manhã radiante, com meus tres irmãos ainda andando pela casa, eu os admirando ora pelo assédio das moças mais bonitas, pelo conhecimento das coisas da vida, pela resignação ao sofrimento e proximidade com Deus. Cada um e minha lembrança deles na nossa casa alí passeando por essa manhã idealizada.
Com o sol ainda bocejando, pediria aos amigos para esperar até eu calçar a chuteira ou juntar os cadernos e livros. Não precisaria pressa, pois a manhã seria infinda e a vida estaria aberta em todas as suas possibilidades.
Eu? Radiante também, com todos os caminhos ainda por sonhar, todos os lugares ainda por ouvir, todos os sonhos ainda por abrir e todas as músicas ainda por visitar.
Só aí eu acionaria de novo o botão do planeta, pronto como sempre prá qualquer giro louco que ele quizesse dar.